Caros Camaradas,
O distrito de Leiria é um território de grande diversidade e beleza natural. O seu potencial é enorme e por isso terreno de disputa na luta de classes.
De um dos lados, o capital com a sua política de predação: procura impor a monocultura do eucalipto; abandona a floresta; abre e abandona pedreiras sem controlo; rouba baldios; ataca a agricultura familiar e os pequenos agricultores, as artes de pesca tradicionais e os pequenos armadores, entre tantas, tantas outras atrocidades.
Do outro lado, estão os homens e mulheres que – de forma mais ou menos consciente - resistem à ofensiva capitalista. Os pequenos agricultores; os compartes dos baldios; a juventude que permanece nas aldeias; os pequenos armadores; os mariscadores; as estruturas unitárias populares organizadas, entre tantas e tantas outras forças disponíveis.
Do primeiro dos lados estão também os partidos da política de direita. Estão o PS, o PSD e os seus sucedâneos a encher a boca de promessas: falam dos milhões para a recuperação do pinhal e no financiamento das Associações de Bombeiros, com a mesma boca que votam contra as propostas que o PCP apresenta na Assembleia da República. Falam do apoio aos pescadores e aos agricultores enquanto reduzem ao mínimo as verbas disponíveis. Estas entre tantas e tantas outras opções a servir sempre os interesses do capital.
Do segundo dos lados está o nosso Partido numa acção constante.
Acção no terreno contactando, mobilizando e organizando as populações e as instituições: Os pescadores de Peniche e da Praia da Vieira; Os bombeiros de Pedrogão, Marinha Grande e Vieira de Leiria; A Associação Desportiva e Recreativa da Mata na Freguesia dos Milagres, a Associação de Compartes do Barrocal e o Grupo Protecção do Sicó; Os agricultores e pequenos produtores de Monte Redondo, Pombal e Leiria; A União dos Agricultores do Distrito de Leiria; A Junta da Freguesia de Pelmá, no concelho de Alveiázere, que viu o seu território ardido em 80%; A Comissão Popular “o Pinhal é nosso”; O movimento unitário contra a construção de um Zipeline e pela defesa do património paisagístico na Nazaré; A acção pela despoluição e preservação dos rios Liz e Alcoa; Pela ordenação da orla Costeira e a protecção das Arribas.
Distribuindo documentos afirmando as nossas propostas para os agricultores e em defesa da mata nacional de Leiria.
No plano institucional com a presença no distrito de deputados da Assembleia na República e no Parlamento Europeu; apresentando propostas no Orçamento do Estado; questionando o Governo; apresentando, nas autarquias, propostas de recomendação à concretização dos apoios aos pescadores.
Camaradas,
Em algumas zonas do distrito, onde a presença e organização do Partido é mais frágil, este tipo de acção é uma das principais formas de intervenção, é aquela que nos permite chegar mais perto, vencer preconceitos e quebrar barreiras. Em alguns casos permitiu-nos até subir ligeiramente o número de votos absolutos nas últimas batalhas eleitorais.
Fizemos tudo o que desejávamos? Não. Talvez não tenhamos sequer feito tudo aquilo que podíamos, mas temos claro o nosso sentido de intervenção. Temos claro que é na acção junto das massas que aprofundamos o conhecimento da realidade e que agregamos forças para a sua transformação.
Camaradas,
A conferência que estamos a realizar aponta-nos caminhos e dá-nos instrumentos para seguir em frente.
Com confiança no nosso povo e com a determinação que nos caracteriza avançaremos!
Viva o PCP