Um ano decorrido sobre a Conferência de Cancun, dois anos decorridos sobre Copeganha, são diversas as questões que se mantêm sem resposta, os impasses e bloqueios.
Pela nossa parte, continuamos convictos de que as dificuldades e as contradições que marcam estas conferências sobre as alterações climáticas decorrem, em grande parte, da incompreensão por parte das principais potências industriais, incluindo naturalmente as europeias, do verdadeiro e profundo significado do princípio da "responsabilidade comum mas diferenciada".
A verdade é que estas potências parecem mais interessadas em aproveitar o clima como um pretexto para lucrativas oportunidades de negócio, ou ainda para conter potenciais e reais competidores, do que em alcançar reais metas de redução de emissões, necessariamente pondo em causa o actual modo de organização económica e social dominante à escala mundial.
Insistimos por isso na necessidade de uma discussão séria sobre a perversidade dos instrumentos de mercado, como o mercado do carbono, bem como sobre os mecanismos de flexibilidade, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. São necessárias alternativas à insistência nesta abordagem de mercado
É este o sentido de algumas das propostas de alteração à resolução que apresentámos.