As conclusões apresentadas esta manhã pelo presidente do conselho representam no essencial a continuação das mesmas políticas que estão na origem da recessão que afeta a Europa em geral e os países do sul em particular.
Neste sentido, consideramos que estas conclusões representam um péssimo augúrio pois não se vê nenhuma análise crítica acerca do efeito destas políticas. Em vez de parar para pensar, assistimos hoje a uma glorificação absurda de opções erradas, omitindo-se deliberadamente os seus efeitos, e insistindo na sua manutenção mas também no seu reforço.
No caso português, a situação chega a ser delirante quando se continua a apostar num défice de 2,5% para 2014, passando por cima do facto de nenhum dos objetivos do ajustamento terem sido cumpridos. O défice das administrações públicas no primeiro trimestre foi de 6%. A dívida pública já vai nos 132% do PIB e a última emissão de dívida pública a 10 anos foi realizada com uma taxa de juro de 5.2%.
Neste sentido, não nos revemos nestas conclusões e condenamos o seu conteúdo porquanto elas representam uma ingerência intolerável na nossa soberania, impondo medidas que irão agravar ainda mais a situação de Portugal e dos portugueses.