Uma frase pode resumir as conclusões do Conselho Europeu: pouco ou nada de novo, e no que é novo, mais do mesmo ou pior ainda.
Uma clara aposta na deriva securitária e militarista. Não se dão ao trabalho de disfarçar sequer a defesa da corrida aos gastos militares. Já a discussão sobre crescimento e emprego, essa, adia-se para Novembro.
A insistência na bateria de chantagem e de imposição que bem conhecemos, a propósito das linhas de política económica da zona euro e das ditas recomendações associadas.
Fastidiosa repetição da ladainha da necessidade das reformas estruturais, do aprofundamento do mercado único, da completação da União Bancária. Velhas receitas que não trarão novos resultados.
A habitual profissão de fé nos tratados de livre comércio e o habitual desprezo pela democracia e pelas soberanias nacionais, ao permitir a entrada em vigor do CETA antes da sua ratificação pelos Estados-Membros.
Nem uma palavra sobre a revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual, cuja aprovação sorrateira se prepara, ao sabor dos interesses dos mesmos de sempre.
Não há propaganda que consiga esconder as enormíssimas e crescentes contradições que a União Europeia carrega no seu bojo.
A solução para vencer estas contradições, como é óbvio, está para além dos cenários equacionados no Livro Branco da Comissão Europeia.