Olhando para as conclusões deste Conselho Europeu é fácil concluir no que deram as afirmações que se sucederam ao Brexit, sobre a necessidade de uma alegada refundação do (mal) chamado “projecto europeu”: estamos perante uma descarada fuga em frente, que pretende passar por cima de fundas contradições que se agravam, aprofundando os aspectos mais negativos das políticas da UE e levando mais longe a concentração de poder no seu seio. Evidenciando - mesmo para quem dúvidas ainda tivesse - o carácter irreformável da integração capitalista europeia.
Migrações. Perante as trágicas consequências do acordo UE-Turquia, a UE propõe-se agora celebrar acordos semelhantes com outros países, designadamente em África. Chantageando-os para que aceitam submeter-se à política migratória da UE e fazer o trabalho sujo de reter os migrantes (ou aceitar os que a UE resolva expulsar).
Semestre Europeu. Prossegue o cortejo de imposições - em tudo semelhantes às de anos anteriores - profundamente contrárias aos interesses dos povos e nas quais radica a arrastada crise em que mergulharam vários Estados-Membros.
Plano Juncker. Cinco grandes países concentram mais de 90 por cento dos investimentos (em parcerias público-privado). Para 22 Estados-Membros, Portugal incluído, nem um cêntimo. Está tudo dito.
“Novo ímpeto na cooperação UE-NATO”. Ou seja, novos passos na estratégia militarista e da guerra.