O último Conselho Europeu demonstrou, mais uma vez, a sua incapacidade para responder à crise, que aí continua, para durar.
A pretexto da elaboração dos chamados Programas Nacionais de Reformas e dos Programas de Estabilidade limitam-se a papaguear a velha receita das “reformas estruturais”. Tradução: mais desregulação laboral; baixos salários; promoção da concentração monopolista em sectores estratégicos; privatização de serviços públicos; desmantelamento de funções sociais dos Estados, como a Segurança Social.
Não sabem nem querem escolher outro caminho.
E aí temos os resultados: estagnação económica, instabilidade do sector bancário e financeiro e deflação latente.
Nem o contínuo despejar de liquidez no sistema financeiro por parte do BCE altera este panorama. O dinheiro criado junto da banca não chega à economia real e é desviado para a especulação, alimentando novas bolhas, como a bolha obrigacionista. Este é o resultado visível, até à data, das medidas do Sr. Draghi.
Sr. Draghi – o ex-quadro da Goldman Sachs – que teve a desfaçatez, a impertinência e a falta de tento de ir a Portugal discorrer sobre o que devem ou não devem fazer os portugueses, imiscuindo-se mesmo em aspectos do regime político português. Uma deplorável afronta à soberania nacional e à Constituição da República Portuguesa que não pode passar sem uma firme condenação!