Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Conclusões da Cimeira de Vílnius e o futuro da Parceria Oriental, em particular no que se refere à Ucrânia

A reacção da maioria do PE à derrota (ainda que parcial) que a UE sofreu na Cimeira de Vilnius é, como seria expectável, arrogante e hipócrita. Esta resolução não oculta a vontade de aprofundar o processo de ingerência nos assuntos internos da Ucrânia, com o branqueamento da tentativa de golpe de estado promovida pelas forças mais reaccionárias - ultra-nacionalistas e fascistas - do espectro político da Ucrânia e alinhadas com os interesses da UE e da NATO. O que se constata é que o dito Acordo de Associação, que incluía uma Zona de Livre Comércio, pressupunha a abdicação de instrumentos fundamentais para assegurar a soberania económica deste país, abrindo uma economia em situação frágil à concorrência dos grandes monopólios da UE. O acordo far-se-ia acompanhar da assinatura de um programa de ajustamento estrutural, que teria como contrapartida o aumento das tarifas do gás, o congelamento dos salários e mais cortes nas despesas sociais, num país em que ambos os direitos têm tido um retrocesso acentuado.
Pela nossa parte defendemos o fim imediato dos processos de pressão e ingerência externa, permitindo que o povo decida soberanamente sobre estas vias ou outras, de forma livre e de acordo com os seus interesses e aspirações.

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