Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Conclusões do Conselho Europeu

Conclusões do Conselho Europeu

As conclusões do Conselho Europeu significam tão somente a institucionalização das mesmas políticas que conduziram à actual dramática situação social e que a aprofundam através do aumento do desemprego, da diminuição dos salários, da retracção do Estado social e do fim dos serviços públicos. Por detrás de uma linguagem tecnocrática e das palavras de "consolidação orçamental" esconde-se esta realidade: a condenação de famílias à pobreza e ao desespero.

A reafirmação dos objectivos da "Estratégia 2020", do "Pacto de Estabilidade e Crescimento", da "Governação Económica" e do "Pacto para o Euro Mais traduz-se nisto: ataque aos salários, aos direitos laborais e sociais, facilitação dos despedimentos, privatização dos serviços públicos e funções sociais dos Estados, ou seja, a alienação das riquezas colectivas. Ao mesmo tempo que se impõe isto aos trabalhadores, o BCE injecta mais de 500 mil milhões de Euros de liquidez na banca privada a juros de 1%.

A assinatura do chamado "pacto orçamental" e do Tratado que cria o “Mecanismo Europeu de Estabilização”, à margem das regras de funcionamento da própria UE, constituem um inaceitável ataque à soberania dos países que deixam de poder decidir soberanamente em termos de matéria orçamental, abrindo assim caminho ao estabelecimento de relações de tipo colonial na União Europeia onde quem manda é o grande capital e as grandes potências como a Alemanha.

Caso os senhores não tenham reparado, os povos e os trabalhadores da Europa estão a lutar contra este rumo. Também os trabalhadores portugueses participarão massivamente na próxima grande jornada de luta contra estas medidas de austeridade – a Greve Geral no próximo dia 22 de Março.

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