A Governação Económica pretendeu criar um constrangimento quase absoluto a qualquer projecto de desenvolvimento soberano.
Como dizia a Sra. Merkel, a ideia é garantir que, mesmo que mudem os governos, nunca mudem as políticas.
As políticas da União Europeia, o euro e o mercado único criaram desigualdades e desequilíbrios. A riqueza flui permanentemente para o centro, vinda da periferia dependente e endividada.
Quando as políticas que nos trouxeram à crise deviam ser postas em causa e abandonadas, veio a Governação Económica para garantir que eram impostas a ferros, se preciso fosse.
Estamos a pagar o preço disto. Com a contínua drenagem de recursos nacionais para os credores, a falta de investimento público, a debilitação do aparelho produtivo e a degradação dos serviços públicos.
Não há pretensa flexibilidade nem revisão que nos valha. É preciso livrarmo-nos da Governação Económica e do pacto de estabilidade, instrumentos que nos amarram aos baixos salários, à dependência e à estagnação. E que ameaçam a própria democracia.