Sabemos que o sector dos vinhos atravessa muitas dificuldades, designadamente em Portugal, onde há crescentes quantidades de bons vinhos que têm dificuldade na comercialização, agravadas pelo aumento das importações de vinho de países terceiros, com consequências muito negativas para os agricultores e regiões vitivinícolas. Daí a importância, mas também a preocupação com este primeiro acordo sobre o vinho com os EUA, ao fim de 20 anos de negociações bilaterais, que parece ter surgido mais por causa das negociações em curso no âmbito da OMC do que por causa da defesa dos interesses dos produtores de vinho da União Europeia, dadas as enormes concessões feitas aos EUA. Consideramos fundamental que se alarguem as negociações no plano internacional, mas, ainda relativamente aos EUA, importa que a Senhora Comissária esclareça cabalmente como pensa garantir os interesses dos produtores de vinho e das regiões europeias onde esta produção é fundamental para o desenvolvimento económico, seja nas denominações de origem rotuladas, seja quanto às práticas tradicionais na Europa, para que não se ponha em causa a qualidade do vinho e se defendam também os consumidores. Quando ouvimos aqui a Senhora Comissária sobre os pormenores do acordo, ficámos com muitas preocupações sobre a forma como se vão garantir os direitos e interesses dos nossos agricultores.