O nível de preços ao consumidor em Portugal situa-se num patamar inusitadamente elevado.
Os portugueses não apenas têm dos salários mais baixos da UE e dos impostos mais elevados - para o que muito vem contribuindo o programa de intervenção UE-FMI - como são ainda obrigados pelas práticas da grande distribuição a pagar as suas compras a preços totalmente abusivos.
Num estudo recente realizado por um cidadão português foi efectuada uma comparação entre os preços praticados por uma cadeia multinacional de distribuição alemã, em Portugal e na Bélgica. O estudo, para um cabaz de produtos iguais disponíveis nos dois países, revelou que os preços em Portugal eram, em média, 55,5% mais caros.
Tendo em conta que os custos variáveis da distribuição são constituídos essencialmente pela mão-de-obra e pelos custos imobiliários, dois tipos de despesa claramente menos onerosos em Portugal, este tipo de prática abusiva só poderá ser explicado pelo poder dos interesses monopolistas instalados.

Em face do exposto, pergunto à Comissão Europeia:
1. Efectua alguma comparação sistemática entre os preços praticados pelas grandes cadeias europeias de distribuição nos diferentes países da UE? Em caso afirmativo, que conclusões retira da mesma? Em caso negativo, porque não o faz?
2. Que apreciação faz deste caso, em termos de concorrência?