A política de cooperação e desenvolvimento da UE tem subjacente uma perspetiva neocolonial, de defesa dos seus interesses geoestratégicos e da abertura de mercados para o grande capital europeu (que explora os recursos naturais e distribui os seus produtos). Temos exposto, para lá da propaganda, a essência dessa política.
Entendemos que séculos de depredação e dependência necessitam de uma resposta estruturada, que facilite políticas de desenvolvimento e de defesa das soberanias e independência dos países em desenvolvimento. Devem ser aumentadas as subvenções e a transferência de tecnologias para garantir o investimento em serviços públicos que garantam respostas universais às populações e em capacidade produtiva em todos os sectores. E deve-se aumentar a capacidade de resposta destes países a crises humanitárias - que são dos que mais estão sujeitos aos efeitos da pobreza extrema, da guerra e dos efeitos das alterações climáticas.
O relatório pede que se aumentem os meios de ajuda humanitária. Mas não se afasta das práticas neocoloniais que norteiam a política de desenvolvimento da UE, viabilizando o aumento das dependências e as práticas sancionatórias da UE contra as realidades que não se submetem.