Intervenção de

Cimeira de Bruxelas<br />Intervenção de Ilda Figueiredo

Foi positivo o falhanço da Conferência Intergovernamental. A falta de acordo deveu-se às enormes contradições e aos interesses diversos das maiores potências europeias. As posições maximalistas da França e da Alemanha não podiam ser aceites pela Espanha e pela Polónia, que perdiam poder de decisão face a Nice. Mas é óbvio que tinham apoios mais ou menos declarados de outros.

Se é certo que os interesses do capitalismo neoliberal unem a direita e a social democracia europeia, há interesses próprios e alianças internacionais e de grupos económicos que divergem dos interesses franco-alemães. Veja-se como a Administração Bush reparte, entre os amigos, os contratos para empresas americanas e europeias intervirem no Iraque. O saque não é igual para todos.

Sabíamos que estávamos num momento particularmente crítico da integração europeia, com decisões cada vez mais centralistas, de um capitalismo mais agressivo, de uma via cada vez menos democrática e perigosamente militarista.

Sabemos que o falhanço da Cimeira de Bruxelas não resolveu os problemas. Mas não os agravou. Pelo que abre novas esperanças na luta que temos de continuar a fazer para conseguir uma Europa de mais justiça social, de desenvolvimento, de coesão económica e social, de paz e cooperação com os povos de todo o mundo.

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