É com preocupação que vemos a aprovação deste acordo, contra o qual votámos.
Muitas vezes denunciámos neste parlamento as consequências desastrosas da liberalização do comércio mundial para muitos sectores de actividade económica, particularmente nalguns Estados-Membros, como é o caso de Portugal, e em regiões mais dependentes desses sectores. Neste caso, constituem especial motivo de preocupação os sectores: têxtil, automóvel e componentes e electrónica. Mas o acordo estende-se igualmente aos produtos agrícolas, promovendo modelos de produção intensiva, ambientalmente insustentáveis; modelos que contrariam a produção o consumo locais, necessários à salvaguarda da soberania e segurança alimentares.
Estamos perante o maior acordo de livre comércio assinado pela UE em muitos anos; que se pretende venha agora a constituir um primeiro passo para a assinatura de uma "nova geração de acordos bilaterais de novo comércio".
A Comissão sempre faz os balanços destes acordos em milhões de euros ganhos pelos grupos económicos e pelas transnacionais. Seria importante que o mesmo fosse feito em número de postos de trabalho destruídos - que o relator assume inevitáveis, pequenas e médias empresas levadas à ruína ou, ainda, em toneladas de CO2 emitidas pelos fluxos acrescidos de energia e mercadorias que estes acordos implicam. É curioso ver onde param os tão propagandeados compromissos ambientais/"climáticos" da UE nestas ocasiões...