Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Comício-Festa da Juventude CDU

É a CDU que está contigo, todos os dias, para o que der e vier

É a CDU que está contigo, todos os dias, para o que der e vier

Uma grande saudação a todos os jovens que vivem e trabalham no nosso País.

Todos vós, filhos e netos de Abril, são o presente e o futuro do País.

Todos vós que nos dão grande confiança, segurança e tranquilidade.

Todos vós, todos os dias desmentem o discurso do medo, do ódio, do individualismo, do egoísmo, das inevitabilidades e das impossibilidades.

Todos vós, a chama mais viva da Revolução de Abril, os defensores das suas conquistas e dos seus valores, os lutadores para que se apliquem na prática da vida.

Esses mesmos valores, projecto e conquistas que esbarram de frente com o caminho da integração capitalista europeia, que o João já aqui desenvolveu.

É esse caminho que alguns afirmam ser de continuidade de Abril, mas que procurou e procura inverter esse mesmo Abril, é esse caminho que é o principal responsável pelo empobrecimento, pelas injustiças e desigualdades, pela concentração e apropriação da riqueza nas mãos de uns poucos, pela exploração, pela especulação, pelo aproveitamento mais despudorado das dificuldades e dos sacrifícios de milhões de pessoas.

E nesse caminho há quem tenha assumido a condução desse dito autocarro da União Europeia.

PSD, CDS, PS, IL e Chega ao serviço que estão dos donos do autocarro, dividem as responsabilidades deste trajecto e da  realidade que atinge com particular dureza a juventude.

Vocês sabem melhor que ninguém o que os leva a emigrar. 

Os jovens não emigram porque há facilidade de circulação entre os países, os jovens emigram na sua maioria, porque lhes falta cá salários, emprego, direitos, habitação, presente e futuro.

De que vos serve que falem de impostos, quando o que vos falta é salário?

De que vos serve que falem de incentivos e prémios, quando o que é preciso é acabar com a chaga social que é hoje a precariedade?

De que vos vale, garantias bancárias para o futuro na compra de uma casa, quando os preços não param de subir, quando é hoje e agora que já não se aguenta a renda e a prestação, quando é hoje e agora que muitos de vós não consegue sequer aceder à habitação?

E perante esta realidade, a realidade que marca a vida da maioria dos jovens, temos um Governo que teima em fazer anúncios atrás de anúncios, teima em tentar mostrar serviço, mas que o único serviço que realmente tem para mostrar é estar ao serviço dos mais poderosos, de uma pequena minoria.

Situação particularmente evidente nas medidas para a juventude anunciadas pelo Governo.

Espremam-se as medidas, descontemos as intenções, tiremos-lhes os adjectivos e os estrangeirismos e o que sobra é a redução de impostos para os tais jovens minoritários que ganham muito acima da média de todos os trabalhadores, o que sobra é mais dinheiro público como garantia aos bancos, para que estes mantenham a especulação nos preços das casas, o que sobra é mais transferências públicas para negócios dos grupos privados, seja nas rendas, seja no alojamento estudantil.

Anúncios, medidas, intenções e ilusões, é isto que temos.

Medidas concretas para enfrentar os problemas concretos dos jovens, nada.

Medidas concretas sobre salários, precariedade, acesso à habitação, agora não.

Mais tarde quando crescer a economia, quando aumentar a produtividade, quando isto e quando aquilo.

Há sempre razões para travar o presente dos jovens, há sempre razões para garantir o futuro dos grupos económicos.

A economia cresce, a produtividade aumenta, temos uma mão-de-obra juvenil melhor preparada, bem formada, aumentam os preços de tudo, alimentos, habitação, aumentam os lucros das grandes empresas como se não houvesse amanhã, dá para todos, só nunca dá para os trabalhadores.

É só conversa, os jovens estão e com razão fartos dessa conversa batida, bafienta e enganadora. 

Os jovens estão fartos de serem enganados com promessas atrás de promessas que nunca se concretizam.

Os jovens estão fartos e com razão de verem com os seus olhos e de sentirem na pele a injustiça e a desigualdade.

Os jovens estão fartos e com razão de não conseguirem a sua independência, a sua emancipação, a sua autonomia, o seu projecto de vida.

Os jovens estão fartos e com razão e respondem com a sua forma própria de estar na vida, com os meios que têm ao seu alcance, com a sua criatividade e voluntarismo.

Respondem com o entusiasmo com que se empenham na luta, na luta pelos salários, na luta contra a precariedade, na luta pela escola, pelo acesso à habitação, na luta contra o ódio, o racismo e a xenofobia, na luta contra todo o tipo de discriminações, na luta contra a guerra, na luta pela Paz.

Uma luta que daqui saudamos.

A todos vós, os que lutam e mobilizam outros, nessa luta que cresce e se alarga, fiquem com o compromisso do PCP e da CDU, estivemos, estamos e estaremos convosco ao vosso lado, para o que der e vier.

Contem connosco na vossa luta que é a nossa luta.

Essa luta que vale a pena, é com essa luta que se vai pôr fim à guerra e dar uma oportunidade à paz. 

É essa luta que vai obrigar o Governo a reconhecer o Estado da Palestina.

E, aos que querem mandar a juventude para a guerra, daqui lhes dizemos, que esse não é o futuro que queremos para os nossos jovens.

Aqui é tudo gente que defende, cumpre e faz cumprir a Constituição da República Portuguesa e não há quem queira cumprir outra norma qualquer, venha ela de onde vier, de que país ou instituição.

É aqui que estamos, a juventude de Abril desse 25 de Abril e do 1.º de Maio convocado pela CGTP-IN que saíram este ano à rua, como há muito já não se via e com uma enormíssima participação juvenil.

Uma luta que está e vai continuar, nas escolas, nas universidades, nos locais de trabalho, nas ruas.

Por melhores condições de trabalho e de vida.

Pela Escola Pública, gratuita e de qualidade.

Pelo direito à habitação e à emancipação da juventude.

Pelo direito à Saúde, à Cultura e ao Desporto.

Pelo Ambiente e por um futuro verdadeiramente verde, sadio, sustentado e duradouro.

Pelos direitos das pessoas LGBT, pelo fim do discurso de ódio, do racismo, da discriminação sobre aqueles que sofrem com as mais variadas discriminações na vida de todos os dias.

Pelo direito de todas as pessoas serem felizes e respeitadas, tal como são.

É a luta o elemento decisivo e insubstituível que forçará o Governo a tomar as medidas que não quer, a passar das palavras e da propaganda aos actos.

Uma luta que agora é hora de ir ao voto.

Até ao dia 9 de Junho é mesmo para mobilizar para essa jornada de luta, é mesmo para contactar, esclarecer, mobilizar para o voto na CDU.

Se é no Parlamento Europeu que se fazem, mas é na vida de cada um que se paga, então o que é preciso é eleger deputados da CDU, para que lá seja travado aquilo que não queremos pagar cá.

E esses jovens que estão fartos e com razão têm na CDU a força onde votar.

É a CDU que está contigo, todos os dias, para o que der e vier.

É a CDU que é composta por partidos que, pela sua acção e pelo  seu exemplo, demonstram que não são todos iguais.

Queriam, mas não são todos iguais, há de facto demasiados iguais, há de facto demasiados que se vergam aos interesses da UE, há de facto demasiados que têm muita dificuldade em mostrar diferenças.

Há de facto isso tudo e depois há a CDU, a força da diferença, a força que não se verga, a força que enfrenta olhos nos olhos, a força que conta com a força, a criatividade, o empenho da juventude.

O PCP e o PEV são um exemplo de coragem, numa altura em que é muita a pressão para o pensamento único, para aceitar o que nos vendem como o único caminho possível.

Aqui há coragem para enfrentar as imposições, as pressões, as chantagens de quem tem interesses opostos aos interesses dos trabalhadores, dos jovens,  dos pais e das crianças.

O PCP e o PEV são um exemplo de palavra, que diz o que faz e faz o que diz. Que não esconde em Portugal o que anda a fazer no Parlamento Europeu, nem se esquece de Portugal quando está no Parlamento Europeu.

O PCP e o PEV são um exemplo de confiança, numa altura em que nos convidam para o individualismo, para o medo, para a desconfiança sobre o outro, para o ódio, aqui está uma força que sabe que outro país e outra Europa são possíveis.

Olhe-se para todo o trabalho incansável, inestimável, insubstituível, que os nossos deputados têm feito ao longo dos vários mandatos.

Olhe-se para a importância que este trabalho vai ter nos tempos desafiantes que temos pela frente.

Perante esta realidade fica claro o que é preciso fazer. 

Penalizar quem foi eleito e que agiu contra os interesses da juventude e do povo, e dar mais força aos que muito fizeram e mais podem fazer pelos direitos, pelo progresso e pela paz.

Então, o que há a fazer é dar o voto à CDU, o voto certo, o voto que não trai, o voto que não tem duas caras, o voto que não anda ao sabor do vento.

Dia 9 levemos Abril até ao Parlamento Europeu.