Paulo Raimundo contactou, hoje, a meio da tarde, com trabalhadores da Herdade do Vale da Rosa, a maior produtora de uva em Portugal. Mas se ali o fruto não tem grainha, quem o produz amarga o caroço da exploração. Foi a estes que o Secretário-Geral do PCP se dirigiu.
Munido do novo folheto de campanha da CDU, rodeado de dirigentes locais do Partido e tendo a seu lado o cabeça de lista do PCP-PEV pelo distrito de Beja, João Dias, Paulo Raimundo abordou os que laboram em difíceis condições, a maioria imigrantes.
As conversas foram breves e circunstanciais. Há medo de falar das condições em que vivem e trabalham. A língua, foi outra barreira, mas ainda assim, alguns trabalhadores reconheceram o Partido da foice e do martelo como o emblema da sua classe.
No final, em declarações à comunicação social, o Secretário-Geral comunista assinalou que o contacto com os assalariados rurais é habitual por parte do PCP. Ocorreria mesmo que não estivessem marcadas legislativas antecipadas. Todavia teve como objetivo marcar na agenda temas centrais para a CDU como a justa regularização da situação daqueles trabalhadores, a aplicação da legislação laboral e a alteração das normas que nesta agravam a exploração do trabalho, o urgente aumento dos salários.
Matérias que os partidos da política de direita desprezam, mesmo quando se trata de caça ao voto. Mas o PCP e a CDU não - estejamos à beira das urnas, ou não, insistiu.