Este Encontro Nacional que hoje realizamos sob o lema “Não ao declínio nacional. Soluções para o país” é já em si um importante contributo para o desenvolvimento da acção geral do Partido e a sua intensificação, bem como um fundamental momento para a projecção da nossa intervenção no quadro das eleições legislativas que se avizinham.
Acção e intervenção do Partido, que como já ficou bem vincado, apesar das múltiplas tarefas que comporta, coloca como principal questão a necessária e urgente ruptura com a política de direita e construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda que corresponda aos mais profundos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo português.
Sairemos daqui hoje com mais confiança para afirmar a cada trabalhador, a cada reformado, a cada estudante, a cada mulher que é possível e necessária uma outra política, que rompa de facto com a política de direita.
Sairemos daqui hoje com mais confiança para demonstrar a cada vizinho, colega ou familiar que não só o PCP e a CDU têm soluções para o país, como essas soluções só são irrealistas ou radicais para aqueles que afirmando a vontade de mudança com letras mais ou menos garrafais, não são capazes e na verdade não se querem comprometer a mudar o essencial da política seguida nos últimos 38 anos, pois estão de facto intimamente comprometidos com ela.
Sairemos daqui hoje com mais confiança para evidenciar a cada utente, agricultor ou pescador que o PCP não é apenas uma força de protesto”, mas que impulsionando o protesto, a resistência e a luta consequente contra os desmandos do governo, afirmamos simultaneamente a alternativa e as soluções para o país, apresentamos centenas de propostas que só não se traduziram na melhoria das condições de vida da generalidade do povo, porque os “não protestantes”, ou seja os partidos da política de direita, insistem em não as aprovar ou subscrever. Bem podem eles vir agora protestar contra o conceito do arco da governação, aquilo que verdadeiramente importa definir é quem está e tem estado fora e quem está e tem estado dentro do arco da política de direita.
Construiremos uma campanha eleitoral de expressão e dimensão nacional, baseada no contacto directo com os trabalhadores e as populações. Não apenas na entrega do folheto, mas sobretudo na necessidade que temos de ouvir o que cada um tem para nos dizer, ouvir os seus problemas, ouvir os seus anseios e contributos para a resolução desses mesmos problemas. Uma campanha baseada no esclarecimento individual sobre as soluções que temos para o país, na mobilização para a vitória sobre naturais conformismos ou resignações, no esclarecimento sobre novas ou velhas ilusões que mais não visam do que manter tudo na mesma escondendo a verdadeira alternativa, uma campanha que envolva as organizações do Partido e da JCP, os activistas da CDU, e os milhares de democratas e patriotas, homens, mulheres e jovens que reconhecem na Coligação Democrática Unitária um património de trabalho, honestidade e competência cujo reforço é elemento fundamental da construção da alternativa política patriótica e de esquerda.
Uma campanha que, sob o lema “Com a força do povo, construir as soluções para o país”, a partir de Março se integrará na acção geral do Partido, inserindo-se no prosseguimento do debate e reflexão com democratas e patriotas que temos vindo a realizar em conjunto com outras iniciativas.
Uma campanha que exigirá a tomada de medidas específicas, com a responsabilização de camaradas, constituição de brigadas de contacto, a definição de meios humanos e técnicos para a concretizar, uma rigorosa planificação que tenha em conta as áreas e sectores prioritários, de forma a efectivar a presença regular junto dos trabalhadores e do povo, que tenha em conta os problemas por eles mais sentidos, mas também as suas aspirações. Que identifique os verdadeiros responsáveis exigindo que estes prestem contas às populações, identificando as causas e as razões pela situação económica e social do país e que contribua para evidenciar o percurso do PCP e da CDU, sempre presentes na luta em defesa dos seus direitos.
Uma campanha que diariamente esteja presente nas empresas, nos campos, nas ruas, nos mercados, nos bairros, nas colectividades, nos cafés e em todos os outros espaços onde seja possível ouvir, esclarecer e mobilizar. Não descurando iniciativas de âmbito específico ou limitado em locais mais apropriados para esse efeito, procuraremos criativamente massificar ao máximo cada uma delas, realizá-las na rua e em locais onde se concentrem o maior número de pessoas.
Uma campanha que contará com a determinação e persistência de cada um, para individual e colectivamente fazer chegar às massas os seus objectivos, vencendo a tentativa de os ocultar, distorcer ou confundir que certamente se intensificará por parte do grande capital, nomeadamente no que diz respeito à forma de votar na CDU.
Uma campanha que transmita e mobilize para a ideia da necessidade e urgência da ruptura com a política de direita, mas também para a real possibilidade de construção de uma política alternativa e de uma alternativa política. É possível, pois é aquela que vai de encontro às necessidades e anseios dos trabalhadores e do povo. É possível, pois se enquadra, cumpre e faz cumprir a Constituição da República Portuguesa. É possível, pois radica dos valores de Abril. É possível, pois a força necessária para a sua construção está nas mãos do próprio povo.
Sairemos daqui hoje com mais confiança para dizer a cada operário, a cada trabalhador, agricultor ou pescador, a cada estudante, reformado ou utente, a cada vizinho, colega ou familiar que é da sua - da nossa - luta diária que extraímos esta confiança, ela alimenta-nos e anima-nos a continuar. Confiem no PCP e na CDU, o que para muitos significa vencer medos, mistificações ou preconceitos. Confiem todos na força que têm em si mesmos, no poder da sua acção, da sua luta e do seu voto e então construiremos as soluções para o país.
Viva a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!