Este relatório pretendia introduzir alterações à directiva de 2003 relativa à criação de um regime de comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa na Comunidade (RCLE-UE), numa tentativa de contornar um problema gerado pela acumulação, em finais de 2011, de um excedente de 955 milhões de licenças de emissão. Como a atribuição de licenças é muito superior à procura, o preço do "carbono" diminuiu significativamente.
É uma consequência do funcionamento deste mecanismo perverso e ineficaz(ETS/mercado do carbono), para a qual há muito alertámos.
O problema é de base, tem a ver com o próprio Regime do Comércio de Licenças de Emissão, com os seus princípios e fundamentos (de mercado), e nenhuma operação de cosmética, como a agora tentada, o poderá resolver inteiramente.
O relatório não chegou a ser votado, porque foi aprovada uma proposta de rejeição do mesmo, apresentada pelo grupo dos conservadores.
Não apoiámos esta proposta, por serem distintos os fundamentos que nos levam a discordar do relatório Groote. Enquanto a direita pretende o "business as usual" no funcionamento do mercado do carbono, nós opomo-nos a este instrumento e pretendemos a sua substituição por uma abordagem completamente diferente, normativa e regulatória.