Duas editoras norte-americanas anunciaram o lançamento ainda este ano de trabalhos de investigação sobre os negócios de firmas privadas no Iraque. Directa ou indirectamente, o «cliente» são as forças de ocupação e em particular o exército.
A opinião pública ocidental de há muito se familiarizou com as traficâncias relacionadas com a guerra, mas a verdade é que essa imagem tem como essenciais protagonistas as grandes empresas de armamento. A um insuspeito Eisenhower se deve mesmo a designação para tal universo de «complexo militar-industrial». Mas o tema das obras que se anunciam é uma realidade relativamente nova: calcula-se que estejam a operar no Iraque vários milhares de empresas norte-americanas, a maioria das quais criada depois da invasão.
Um escândalo em curso envolvendo uma firma de média dimensão, a Custer & Battle (constituída em 2001 para vender serviços no Afeganistão), e que ocupa presentemente as primeiras páginas da imprensa dos EUA pode indiciar o que se vai saber. A simpática empresa foi, por exemplo, contratada por módicos 21 milhões para assegurar a segurança da distribuição da nova moeda iraquiana, tal como, por discretos 16,5 milhões, assegurar a segurança do aeroporto de Bagdad!
Denunciadas sobrefacturações, fornecimentos inexistentes, etc., o Pentágono suspendeu contratos e pagamentos. Parece que há para discutir 10 milhõezitos de dólares.