Estamos perante mais um hino ao livre comércio (tão frequentes neste parlamento).
Os que o entoam querem, invariavelmente, fazer-nos crer que são as barreiras ao livre comércio que impedem que o progresso e a prosperidade reinem sobre a terra.
Ora, a realidade é bem diferente! A liberalização e a desregulação do comércio internacional têm vindo a conduzir sim, invariavelmente, ao dumping social e ambiental.
Forçando a desvalorização da força de trabalho, ao pôr em competição directa força de trabalho oriunda de países diferentes. E envolvendo fluxos de energia e de matéria ambientalmente insustentáveis.
Neste caso, querem mesmo pôr em causa medidas - as chamadas barreiras não pautais - que se situam no domínio da defesa do interesse público; defendendo uma concepção restritiva desse mesmo interesse público - a única que admitem.
Uma das coisas que a crise que vivemos demonstra com clareza é a necessidade de reconsiderar o papel atribuído ao comércio internacional. Orientando-o para a complementaridade e não para a competição entre países, produtores e produções.