O BCE e os seus mecanismos representam uma das maiores perdas de soberania impostas pela UE: a soberania em matéria de política monetária.
O BCE foi criado com objetivos, competências e instrumentos de pendor federal, sem controlo das soberanias nacionais (mas com controlo direto e submissão ao capital financeiro transnacional).
À semelhança dos seus antecessores, este relatório não é crítico à União Económica e Monetária; não é crítico aos Tratados, que impedem os Estados-membros de se financiarem junto do BCE; e também não é favorável à urgente e necessária negociação da dívida, sobretudo de países como Portugal.
Além disso, este relatório peca por vários motivos:
• pelo elogio que tece às medidas implementadas em resposta à COVID-19 na UE - medidas que beneficiaram os mercados financeiros
• pela defesa da conclusão da União Bancária - um projeto que mais não pretende do que criar um oligopólio bancário pan-europeu, protegendo os interesses do grande capital financeiro dos países do diretório;
• pela defesa do reforço do papel internacional do Euro, como elemento para salvaguarda dos interesses das potências da UE, a começar pela Alemanha - uma moeda que tem significado estagnação, desemprego e retrocesso social nos países mais periféricos, como é o caso de Portugal, mas também da Grécia
• pela proposta de atenuar a interdependência entre as entidades soberanas e as autoridades bancárias nacionais
• pelo alinhamento com as propostas de financeirização do ambiente.
Face ao exposto, votámos contra.