É certo que foi durante a Presidência sueca que se deram significativas alterações institucionais, com destaque para a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, depois de todo o processo de pressão e de chantagem sobre o povo irlandês para a mudança de voto no segundo referendo que tiveram de realizar.
Mas, mesmo para quem tanto quer uma integração europeia cada vez mais neoliberal, militarista e federalista, não é admissível que não tenha tido uma frase para a gravidade da situação social que se vive na União Europeia, bem visível no aumento de mais de cinco milhões de desempregados no espaço de apenas um ano, atingindo agora mais de 23 milhões de pessoas.
No entanto, não deixa de ser sintomático o destaque que se dá ao lançamento do debate sobre a estratégia da União Europeia para 2020, esquecendo a avaliação da chamada Estratégia de Lisboa, aprovada há dez anos, e que prometia o oásis na União Europeia, para, certamente, não ter que se referir às causas da maior crise económica e social das últimas décadas, para o que contribuíram as liberalizações e a flexibilidade laboral, que criou trabalho precário e mal pago e multiplicou o desemprego.