As condições de vida de muitas mulheres continuam difíceis. São elas que, em média, trabalham mais horas, seja nas tarefas profissionais, seja nas tarefas de casa.
Bem sabemos que as mulheres trabalhadoras estão confrontadas com uma difícil articulação entre as exigências profissionais, o acompanhamento dos filhos, e a organização da vida doméstica. Preocupa-nos que o teletrabalho, ao invés de ajudar, possa gerar uma acrescida sobrecarga diária.
Para se efectivar na vida uma verdadeira igualdade entre mulheres e homens, são necessárias políticas que ponham fim à precarização da mão de obra feminina, porque são as mulheres que mais têm vínculos precários, e as que, maioritariamente, têm baixos salários, assim como cargas horárias excessivas e desreguladas, que as privam do direito à vida familiar e pessoal e ao lazer.
Também são as mulheres que estão em maior risco de pobreza.
A 67.ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher é uma oportunidade para exigirmos, uma vez mais, políticas que representem avanços nas condições de vida e nos direitos das mulheres, assegurando o direito ao trabalho com direitos, à valorização dos salários e ao reforço dos serviços públicos, rompendo com soluções que agravem a exploração, as desigualdades, discriminações e violências sobre as mulheres. E que as políticas sejam efetivamente implementadas! Se a digitalização, a inovação e a tecnologia contribuírem para estes avanços na vida de todas as mulheres, melhor!
Da nossa parte, não desistimos e continuaremos a bater-nos pela efectivação dos direitos das mulheres na lei e na vida!