Os dez anos de Durão Barroso como Presidente da Comissão Europeia são o mais cabal desmentido das afirmações feitas há dez anos – e repetidas há cinco – sobre a importância para Portugal de ter um português na presidência da Comissão Europeia.
A verdade é que todas as decisões, todas as políticas nucleares adoptadas neste período, todas as propostas legislativas da Comissão Europeia mais relevantes, se revelaram negativas para o nosso país e para o nosso povo – bem como, aliás, para os povos dos demais países da União Europeia.
Legislação relativa à União Económica e Monetária – governação económica, semestre europeu; políticas comuns – PAC, política comercial, política de pescas; Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020: em tudo isto Portugal perdeu e perdeu muito.
Assume especial destaque o programa de intervenção da troika UE-BCE-FMI. Um programa que – como então alertámos – não resolveu nenhum dos problemas do país, pelo contrário, agravou-os a todos. Portugal é hoje um país mais pobre, mais injusto, mais desigual, mais dependente e menos soberano. Deve-o também a esta Comissão Europeia.
Níveis de desigualdade insustentáveis; desmantelamento das funções sociais do Estado; degradação das condições de vida e de trabalho, desemprego, pobreza; escandaloso favorecimento das grandes potências e dos seus grandes grupos económicos. Eis, em três linhas, o balanço da Comissão Barroso.