Estamos perante um belíssimo exemplo dos interesses que serve a Comissão Europeia. E, já agora, do tipo de democracia que impera nas instituições da União Europeia.
Poucos dias depois da Comissão de Ambiente do Parlamento Europeu formular uma objecção à autorização do milho geneticamente modificado NK603xT25, da Monsanto, eis que a Comissão Europeia, na ausência de consenso entre os Estados-Membros, decide autorizar a introdução no mercado deste mesmo milho transgénico.
Para além dos seus contornos anti-democráticos também o conteúdo concreto da decisão assume a maior gravidade.
Este é um milho modificado geneticamente para tolerar dois herbicidas – o glifosinato e o glifosato.
O primeiro é classificado pela própria União Europeia como tóxico para a reprodução. O segundo é classificado pela Organização Mundial de Saúde como potencialmente cancerígeno.
O descrédito total do actual mecanismo de autorização de OGM exige a suspensão imediata da emissão de autorizações até que o presidente da Comissão Europeia cumpra a promessa que fez e proponha um novo mecanismo.