Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Aumento dos preços da electricidade - Mais um ataque ao poder de compra!

1. O PCP considera inaceitável o aumento médio de 2,8% dos preços da electricidade no Continente, ontem anunciado para vigorar a partir de Janeiro de 2003, acima da taxa de inflação e acima do previsto aumento dos salários, que representa mais um duro golpe no já enfraquecido poder de compra dos trabalhadores portugueses.

Este aumento é tanto mais injustificável quanto os consumidores no serviço de energia eléctrica portugueses, em particular no sector doméstico, já actualmente pagam a electricidade a preços dos mais elevados dos países da União Europeia ( mais 35,68% que em Espanha, mais 95,33% que na Grécia – preços excluindo impostos).

2. A invocação de que este aumento se deve à alta dos preços dos combustíveis (fuel e gás natural) usados na produção de energia não é credível, uma vez que se fosse válido então também afectaria outros países designadamente a vizinha Espanha, o que não acontece. E, tanto assim é que, não só a Espanha tem preços de energia muito menores que os praticados em Portugal, como os aumentos considerados nesse país são cerca de metade dos decididos para o nosso, alargando ainda mais o fosso já existente.

Da mesma forma que o propósito da uniformização de preços com as regiões autónomas não pode servir de justificação para estes aumentos considerando a dimensão destas no todo nacional.

3. Mais uma vez o aumento do preço da energia eléctrica insere-se numa opção que prejudica os utentes e visa aumentar os lucros da grupos económicos que controlam a EDP e apoiar as suas discutíveis estratégias de intervenção financeira no estrangeiro.

4. O PCP manifesta-se contra este aumento, considera que ele é mais um motivo de protesto dos trabalhadores e da população, reclama a diminuição dos preços da energia e entende que é necessária uma nova política para os serviços públicos, designadamente no sector eléctrico, que garanta a sua qualidade e desenvolvimento e que não agrave ainda mais a já difícil situação dos trabalhadores e da população portuguesa.

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