Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Aumento dos preços dos alimentos

A resolução contém aspectos positivos importantes, como sejam: a necessidade de dar prioridade à agricultura na ajuda ao desenvolvimento e o reconhecimento do desinvestimento que se tem verificado nesta área; a necessidade de existência de stocks estratégicos e de intervenção; a necessidade de que os instrumentos de intervenção no mercado venham a constituir uma peça-chave da futura PAC (mesmo se depois esses instrumentos não são especificados, sendo certo que muitos defendem unicamente os chamados "mecanismos de emergência", compatíveis com a liberalização do mercado que tem vindo a ser prosseguido).

Todavia, a resolução esquece pontos fundamentais e contém outros negativos, mesmo inaceitáveis.

Não refere que a crise alimentar é resultado das políticas agrícolas e comerciais vigentes (como a PAC e o livre comércio), não fazendo a justa e necessária crítica a estas políticas nem reclamando a mudança que se impõe.

Aceita a integração da agricultura na OMC, ainda que proponha medidas para mitigar essa inclusão. Pela nossa parte, mantemos que a agricultura se deve manter fora da OMC.

O conceito fundamental da soberania alimentar, indissociável da segurança alimentar, não é abordado.
O problema da especulação é abordado de forma muito insuficiente. As medidas propostas vão pouco além dos pedidos de "maior transparência" no mercado, o que é manifestamente insuficiente.

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