Pergunta Escrita à Comissão Europeia de João Ferreira no Parlamento Europeu

Ataque aos transportes públicos em Portugal

Em Portugal, a coberto do programa FMI-UE, tem vindo a ser desenvolvido um inaudito ataque ao serviço público de transportes.
Encerram-se linhas de caminhos de ferro, suprimem-se carreiras, reduz-se a frequência de comboios, barcos, metros e autocarros. Milhares de trabalhadores estão ameaçados de despedimento. À óbvia e significativa degradação da qualidade do serviço prestado, soma-se um brutal aumento do preço dos transportes públicos, que, nalguns casos, ultrapassa os 20%.
Este ataque levará, de acordo com as estimativas do próprio Governo, a uma substancial redução da utilização dos transportes públicos por parte dos utentes. Um dos resultados desta redução poderá ser o maior recurso ao transporte individual, com o consequente aumento do consumo de combustíveis, a redução do rendimento disponível das famílias, o maior endividamento externo do país, o aumento das emissões de gases de efeito de estufa.

Por todo o país, trabalhadores, populações e utentes têm vindo a organizar lutas e protestos diversos contra este ataque aos transportes públicos e contra os que o promovem.

Em face do exposto, pergunto à Comissão Europeia:
1. Como pode justificar este ataque aos transportes públicos?
2. Não considera esta atitude profundamente contraditória com um discurso público de aposta nas infra-estruturas de transportes, na redução do recurso ao transporte individual e na redução das emissões de gases de efeito de estufa?
3. Dispõe de informações recentes sobre o grau de utilização dos diferentes modos de transportes públicos de passageiros em cada um dos 27 Estados-Membros?

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