Na consideração desta proposta de assistência macrofinanceira adicional, mantêm-se válidas e pertinentes as observações que fizemos sobre a decisão de concessão da anterior assistência macrofinanceira a este país.
Sempre defendemos a necessidade da UE atribuir uma ajuda solidária aos países que dela necessitam e que essa ajuda deve ser dirigida a projectos que sirvam os interesses das suas populações. Todavia, a "ajuda" da UE tem revelado pouca solidariedade. Os interesses do grande capital económico e financeiro e das grandes potências sobrepõe-se quase sempre à genuína e efectiva solidariedade. Com a Geórgia, não é diferente. É importante ter em conta que a assistência financeira proposta se destina sobretudo a financiar as recomendações do FMI e a sua política de ajustamentos estruturais, ou seja, a insistência nas mesmas políticas neoliberais que levaram à crise económica e financeira que este país enfrenta.
Ademais, mantemos as mesmas reservas e preocupações quanto a possíveis avanços no sentido da militarização da região do Cáucaso, na sequência das tensões com a Rússia, tendo em conta a riqueza energética e a importância geoestratégica da região, que aguça cobiças por parte da UE e dos seus monopólios.