Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Aspectos comerciais da Parceria Oriental

A maioria do Parlamento Europeu aprofunda um rumo que a realidade da própria UE (a maior zona de livre comércio do mundo) demonstra não contribuir para resolver nenhum dos problemas com que os trabalhadores e os povos estão confrontados. A insistência na “livre circulação de mercadorias e capitais” entre a UE e estes países e a “integração” dos mercados dos países da Parceria Oriental aqui defendida, através da criação das “zonas de comércio livres aprofundadas e abrangentes” apenas favorece os grupos económicos com posição dominante na produção e na comercialização. As suas consequências são as que bem conhecemos, através da realidade portuguesa, com a destruição de PME e da produção nacional, criando ainda mais desemprego e a destruição dos direitos dos trabalhadores. Para além disso, como a situação da UE o demonstra, o “livre comércio” tem impactos que vão “muito além das meras questões comerciais, influenciando igualmente o estado da democracia” - para pior, acrescentamos nós.
O “comércio livre” favorece a concentração e centralização da riqueza nos países economicamente mais ricos e nos seus grupos economicos e é contrário ao desenvolvimento de relações comerciais mais justas, tendo por base a soberania e a defesa e valorização das produções nacionais, que apenas a complementaridade das relações comerciais entre países asseguraria.

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