O investimento público na dinamização dos sectores produtivos, na valorização dos serviços públicos, na oferta de transportes públicos ou na promoção de práticas inovadoras e sustentáveis é um vetor essencial de uma política que promova a coesão social e territorial, combatendo disparidades económicas e demográficas que, neste contexto sociopolítico, são sistémicas. A União Europeia, responsável por parte importante dessa estruturação das disparidades, tem a obrigação de contribuir com fundos e políticas que possibilitem contrariar esse processo de divergência.
Este relatório pede que esses investimentos sejam realizados, em nome da coesão e do aproveitamento dos “talentos” (conceito que pode servir para efeitos de marketing, mas que não acrescenta nada à resolução dos problemas existentes). Mas não corta, pelo contrário, com as razões das disparidades, com a perda de qualificações, com a fuga de cérebros, com o envelhecimento das populações, com o aumento do custo de vida, com o abandono de uns territórios e a sobrepopulação de outros. A precaridade laboral, a destruição da produção nacional, o encerramento de serviços públicos, o isolamento são consequências de politicas da UE e não há “talento” que permita que um mesmo receituário produza resultados diferentes.
Fogos de artifício à parte, essencial investir nos diversos mecanismos que possibilitem a coesão e assegurar direitos para quem produz.