Visitei recentemente as instalações da Associação O Genuíno Cobertor de Papa, em Maçaínhas, onde é feito, de forma artesanal, o cobertor de papa. Se, no século XVIII, esta indústria conheceu tempos áureos nas regiões da Guarda e da Covilhã, actualmente encontra-se em vias de extinção e resume-se à actividade desta associação.
São poucos os artesãos que ainda sabem manipular os diferentes aparelhos (urdideira, tear, pisão, percha) e há necessidade de salvaguardar este modo de fazer artesanal. Para além do valor patrimonial e histórico, o cobertor de papa artesanal representa ainda o respeito pelas tradições.
Os cobertores são feitos de pura lã churra, continuando a tradição ancestral de um produto português e relacionando-se directamente com outras actividades como a pastorícia (rebanho e tosquia) e os lanifícios (fio e tinta). Portanto, desta actividade dependem outras de extrema
importância para as regiões serranas e que importa preservar.
Pergunto que tipo de apoios podem ser alocados para a preservação, elaboração e divulgação deste produto simultaneamente modesto e único pelas suas características 100% naturais.