Como repetidamente temos vindo a salientar, o processo de adesão da Turquia à UE, promovido pelas grandes potências - não sem contradições -, tem como objectivos a integração deste grande país no "mercado único" da UE, o controle da sua economia e a utilização da sua posição geoestratégica em relação ao Médio Oriente, Cáucaso e Ásia Central, particularmente para o acesso e controlo das fontes de energia e mercados dessas regiões.
A resolução é elucidativa quanto a esta questão, reconhecendo a interdependência entre a UE e a Turquia e o seu "papel relevante na estabilidade regional e na segurança energética". A Turquia, membro da NATO, é um actor de grande importância na região, como o demonstra o papel que está a desempenhar na desestabilização da Síria e no conflito interno que a partir das suas fronteiras continua a ser apoiado.
Sobre a repressão exercida contra os trabalhadores, sindicalistas, as forças de esquerda e o povo turco, a resolução minimiza-as ou ignora-as. E sobre Chipre, a maioria do PE mantém a ambiguidade do costume, não sendo clara quando a Turquia não deu qualquer passo para o reconhecimento de Chipre – um Estado-membro da UE –, recusa prosseguir os contactos com a presidência da UE na segunda metade de 2012, continua a ocupar militarmente o Norte desta Ilha, a instalar cidadãos turcos para alterar o seu equilíbrio demográfico e a desrespeitar as Resoluções da ONU.