Em face do fracasso das negociações no âmbito da OMC, e às diversas iniciativas e tentativas para dar um novo impulso à conclusão da Agenda de Doha para o Desenvolvimento (ADD), as atenções estão focadas na 9ª Conferência Ministerial da OMC.
Uma vez mais, a maioria deste parlamento tenta vender a ideia que a ADD é de extrema importância para suprir as necessidades e interesses dos países em desenvolvimento, em particular, dos países menos desenvolvidos e que serão estes os mais prejudicados por um novo fracasso, branqueando assim o conteúdo da Agenda de Doha. É a habitual visão mirífica do livre comércio insistentemente propalada pelos seus arautos, aparentemente sem corarem de vergonha por a realidade os desmentir redondamente, repetidamente.
A ADD procura avançar na liberalização do comércio de bens e serviços, insistindo na ideia de que é pelo comércio livre de qualquer obstáculo para as grandes multinacionais que se promove o desenvolvimento e que só os acordos de liberalização comercial multilaterais garantem um sistema comercial baseado em "normas partilhadas, justo, aberto e não discriminatório".
A OMC está ao serviço dos interesses destas grandes multinacionais, garantindo a expansão dos mercados, potenciando os lucros e o acesso a matérias-primas e eliminando os obstáculos a uma maior exploração da periferia capitalista.