Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Acordos aéreos internacionais no âmbito do Tratado de Lisboa

Os acordos aéreos internacionais previstos pelo tratado de Lisboa são acordos supranacionais, que visam sobrepor-se aos acordos bilaterais existentes, realizados pelos Estados-membros.

A nossa posição contrária a este princípio tem vindo a ser reiterada nos sucessivos acordos sobre os quais o Parlamento se tem vindo a pronunciar, e devidamente acompanhada da crítica ao sentido global destes acordos - que apontam, sem excepção, para a liberalização e privatização do sector.

O relator (significativamente, oriundo da social-democracia) refere que "os acordos sobre transportes aéreos com países vizinhos ou importantes parceiros mundiais podem proporcionar benefícios substanciais aos passageiros, aos operadores de transporte de mercadorias e às companhias aéreas". Todavia, a realidade - neste como noutros sectores em que a liberalização avançou (veja-se o caso do transporte ferroviário) - desmente estas promessas de benefícios. Se há de facto quem ganhe com os processos de concentração monopolista no sector do transporte aéreo - que inevitavelmente se segue à liberalização e à "livre concorrência" - não são nem os passageiros, nem os trabalhadores, nem muitas das companhias aéreas ditas de "bandeira", mas sim os grandes grupos europeus do sector.

São razões para o nosso voto contra.

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