Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Acordo comercial entra a UE e a Colômbia e o Peru

O relator identifica na exposição de motivos os interesses que sairão beneficiados com este acordo: os grandes grupos económicos europeus da indústria e dos serviços. Os sectores exportadores de maquinaria, automóveis (e outros equipamentos de transporte) e produtos químicos são responsáveis por cerca de 80% do comércio da UE com estes dois países. Os grupos dos serviços - telecomunicações, construção, distribuição e serviços financeiros - espreitam a oportunidade de colonização de um mercado de milhões.
Desde o início das negociações que este acordo tem vindo a suscitar as mais vivas reacções de rejeição.
Sendo o objectivo inicial o estabelecimento de um acordo com os países da Comunidade Andina, as negociações acabaram por se restringir à Colômbia e ao Peru, já que o Equador e a Bolívia cedo as abandonaram, denunciando as intenções da UE de celebrar um acordo de livre comércio, a que contrapõem uma visão de comércio para o desenvolvimento.
Com este acordo, mais uma vez se comprova a hipocrisia da UE no que diz respeito a questões de direitos humanos. Arma de arremesso para atacar países que não alinham com os seus interesses, são convenientemente ignorados quando convém. É agora o caso da Colômbia, onde violações dos direitos humanos são denunciadas por inúmeras organizações sociais, em especial sindicatos.

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