Na resposta a pergunta anterior (E-000587/2022), sobre o acesso livre a comunicações científicas, a Comissão Europeia elenca os esforços no sentido de garantir o acesso aberto a publicações científicas e académicas, afirmando que, caso haja necessidade de qualquer pagamento, os fundos públicos podem ser alocados para isso.
Dados recentes mostram que cada vez se paga mais para publicar. Estamos perante um negócio para as editoras do setor. Em Portugal, em 2022, um em cada quatro artigos científicos portugueses publicados em cinco das maiores editoras científicas pagou estas taxas de publicação.
Para os cientistas e investigadores, a utilização de métricas como “fator de impacto” são a causa do problema. Os sistemas de avaliação para o financiamento da ciência sobrevalorizam este fator de impacto, em detrimento de outros, e os investigadores sentem-se obrigados a publicar porque disso depende o financiamento. Ainda que posteriormente o acesso a esses artigos científicos seja livre, a sua publicação continua a ser feita à custa de fundos públicos que para aí são alocados.
1 Pergunto que avaliação faz deste negócio de editoras que vivem à custa de fundos públicos e do trabalho dos investigadores e revisores?
2 Está disposta a, juntamente com a comunidade científica, promover outros fatores de impacto que valorizem igualmente os resultados de investigação?
Apresentação: 6.2.2024