Há muito que os portos e o trabalho portuário estão sob ataque do grande capital e dos seus representantes políticos, entre os quais a comissão europeia se conta como um dos mais zelosos.
Forçar a desvalorização da força de trabalho é vital para reduzir custos e aumentar lucros, num quadro de mais acirrada concorrência capitalista à escala mundial, de crescente liberalização e desregulação dos mercados e de progressiva privatização do sector portuário na Europa, impulsionada pela União Europeia.
A situação em Portugal é paradigmática.
Protegido pela ingerência da troika e pelo seu governo de mão, o patronato anteviu uma oportunidade para regressar ao tempo das casas de conto, da exploração desenfreada. Não satisfeitos com a precariedade já existente, nunca estão, querem ir mais longe, querem sempre ir mais longe.
Valeu e vale de tudo, até criar um sindicato-fantoche.
Mas valeu também a unidade e a combatividade dos trabalhadores portuários. Não tenhamos ilusões, é isto que travará o passo à comissão europeia, aos interesses que esta defende e aos seus gravosos intentos, defendendo os direitos dos trabalhadores e o interesse nacional.