Intervenção de João Torres, membro do Comité Central, Encontro Nacional do PCP «Não ao declínio nacional. Soluções para o País»

A acção e intervenção dos comunistas dirigentes sindicais e de ORTs

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Nos últimos tempos vivemos o período mais negro do Portugal renascido com o 25 de Abril!

Os últimos 38 anos de política de direita têm sido de contínuo retrocesso social e civilizacional mas os governos do PS/Sócrates e o actual do PSD/CDS, acentuaram esse andar para trás, ao tempo que Abril venceu.

Uma ofensiva sem precedentes em todas as áreas da vida nacional, que é mais visível e demolidora no mundo do trabalho, com cortes e roubos de todo o tipo, dos salários aos horários, férias e feriados e muitos outros direitos de que a contratação colectiva é o mais evidente e estruturante exemplo, generalizando-se a precariedade e acentuando-se a exploração e o empobrecimento.

O duplo compromisso que temos com os trabalhadores, por um lado, porque somos do PCP, o partido dos trabalhadores, e porque somos da ORT, e do MSU, exige de todos nós, militantes sindicais e comunistas o dobro da disponibilidade da entrega desinteressada e ilimitada nesta luta pelo fim da exploração do homem pelo homem.

2015 será um ano particularmente exigente porque além de se manter a linha de ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, é também ano de eleições legislativas, e, por isso, está nas mãos de todos nós a difícil, necessária e urgente, mas também possível, derrota deste governo e da política de direita.

Está nas mãos dos comunistas, designadamente dos que intervêm no MSU, evitar que os trabalhadores cometam o erro de votar nos partidos da política de direita (PS, PSD, CDS).

Mas como é que vamos intervir para que os trabalhadores reforcem as posições no PCP e na CDU, na Assembleia da República?

Sabendo da força que o preconceito tem, de toda a campanha de silenciamento das propostas do PCP, temos de em primeiro lugar estar muito mais próximos dos trabalhadores, em plenários ou simples contactos e confrontá-los com a prática política dos governos PS, PSD e CDS que sempre afrontaram os seus direitos.

Depois temos de falar no cadastro dos sucessivos governos de Mário Soares a Cavaco, Sócrates e ao actual, e lembrar a dimensão dos ataques que cada um perpetuou contra os direitos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, foram reconstruindo os grupos económicos e financeiros a que estão subjugados os seus partidos.

Temos de lembrar os contratos a prazo e o início da destruição da reforma agrária, com o primeiro governo de Mário Soares!

Temos de lembrar o grande pacote laboral, do governo PSD/Cavaco Silva, que subiu a idade da reforma da mulheres dos 62 para os 65 anos, o pacote laboral que derrotámos nos aspectos mais gravosos com a greve geral de 1988, mas que, mesmo assim, deixou as sementes do trabalho temporário e da redução do valor das reformas!

Temos de lembrar o governo do PS do Guterres, o que mais privatizações realizou no Portugal de Abril reforçando as posições do grande capital e nos empurrou para a moeda única, o Euro da nossa desgraça!

É preciso lembrar que, o governo PS/Sócrates, alterou para pior o Código do Trabalho de Bagão Felix do governo PSD/CDS; que criou a avaliação de desempenho e a mobilidade para os Trabalhadores da Administração Pública (a quem considerou os privilegiados deste País) e que com os sucessivos PEC e Pacto de Agressão, iniciou os cortes na prestações sociais, salários, aposentações, pagamento de horas extra, entre outras malfeitorias.

Bem e deste governo, onde é que há dúvidas?

Algum governo foi mais trauliteiro que este no que diz respeito aos direitos no trabalho, aos serviços públicos, às funções sociais do Estado?

Camaradas, temos de ser claros com os trabalhadores! Com PS, PSD e CDS nunca será possível recuperar tudo quanto aos trabalhadores foi roubado, por muito boa que seja a maquilhagem que usem na campanha eleitoral.

Algum trabalhadores da Administração pública acredita que os três partidos dos dois últimos governos que, tão gravemente violaram a sua dignidade e direitos, lhe possam agora devolver tudo quanto lhe roubou se voltarem a ser governo?

E os trabalhadores do sector privado e do SEE, acreditam mesmo que aqueles que os maltratam, que lhe roubam o emprego, salários, férias, feriados e muitos outros direitos vão ser agora ser capazes de fazer o contrário, se voltarem ao governo? Que vão respeitá-los? Se assim pensam (e alguns pensarão) estão redondamente enganados e nós temos de os esclarecer.

Quem é que sempre esteve com os trabalhadores, denunciando, combatendo e propondo medidas alternativas?

Quem é que, nas empresas, na rua, nas instituições tem sido o grande aliado dos trabalhadores e das suas lutas?

Só o PCP!

O carácter unitário que caracteriza a CGTP-IN exige todos os cuidados as obriga-nos a ser claro com os trabalhadores, de falarmos a verdade, a verdade com que todos os dias denunciamos e combatemos a política de direita! E nenhum, dirigente pode ser indiferente com a opção de voto de cada trabalhador! Tem, pelo contrário, a obrigação de o ajudar a não cometer o erro de votar nos que sempre enganaram os trabalhadores: o PS, PSD e CDS!

Com toda a imaginação sempre encontraremos a forma mais clara de lhes dizer que é no PCP e na CDU que o seu voto conta para alterar o rumo das suas vidas!

E os trabalhadores não precisam de procurar muito para votarem naqueles que estão sempre com eles. Será como os trabalhadores que construiremos um Portugal sem amos, soberano e independente, justo, desenvolvido e solidário.

A força da unidade dos trabalhadores é elemento fundamental para a continuação da luta pelo emprego, salários e demais direitos laborais e sociais até ao dia das eleições, e o 7 de Março, está aí, fazendo desse dia uma grande jornada de acção e de luta que dê ainda mais ânimo e força à continuação da luta.

Sim há soluções, mas só com o PCP e com a CDU!
Ao trabalho camaradas!
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva o PCP!

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