Apesar da propaganda, a resolução discutida nesta sessão não destoa das posições até agora assumidas pelas demais instituições da UE, confirmando um quadro marcado pela total ausência de solidariedade e pelas insuficiências da resposta às consequências da COVID-19.
A crise de que aqui se fala estava já em gestação, sendo inseparável das consequências das políticas e orientações da UE. As implicações associadas ao surto de COVID-19 detonaram-na, deram-lhe novos e inesperados contornos, agravaram-na. A COVID-19 constitui um enorme problema de saúde pública, com enormes consequências económicas e sociais. Mas estas consequências, os impactos sobre os trabalhadores e nos povos, dependem do contexto económico e social em que se opera a resposta à pandemia. Sob o capitalismo, como se está a demonstrar, essas consequências serão sempre mais penosas, para a esmagadora maioria da população, do que aquilo que seria necessário.
A situação com que os trabalhadores e os povos estão confrontados exige significativas medidas de investimento público na protecção da saúde; na protecção social dos mais afectados e desfavorecidos; na defesa dos salários e do emprego com direitos; e no relançamento da actividade económica. A amplitude e profundidade da resposta necessária requer a libertação dos constrangimentos impostos pela UE e a recuperação de imprescindíveis esferas de soberania dos Estados.