O PCP realiza, por todo o país, uma campanha de esclarecimento e mobilização junto dos trabalhadores e das populações, denunciando que, passados três anos sobre o Pacto de Agressão, impõe-se como nunca a exigência da demissão do governo e a necessidade de derrotar a política de direita que há mais de 37 anos PS, PSD e CDS prosseguem. O PCP dá expressão à vontade e exigência do povo português com uma moção de censura ao governo, que será discutida amanhã na Assembleia da República.
No folheto distribuído nas várias acções de contacto, pode ler-se que os portugueses condenaram de forma clara, com o seu voto no passado domingo, o rumo de afundamento do País e de destruição das suas condições de vida, e são explicadas as razões para a apresentação da moção de censura a um governo que política e socialmente se encontra isolado; censura a um governo e a uma política fora da lei e em confronto com a Constituição da República: censura a um governo e uma política que rouba nos salários e reformas, que assalta os rendimentos das famílias e dos pequenos e médios empresários, que nega o direito à saúde e à protecção social; censura a um governo, e aos partidos que lhe dão suporte, que prepara com o Documento de Estratégia Orçamental uma nova ofensiva contra os direitos e rendimentos do povo; censura à mentira sobre uma chamada “saída limpa” que visa esconder a intenção de perpetuar por décadas a política de fazer pagar ao povo e ao País uma dívida insustentável para benefício da banca, dos especuladores, das principais potências da União Europeia; uma moção de censura que assume uma indispensável exigência de mudança não só de governo mas de política!
No mesmo folheto, o PCP afirma a alternativa que propõe ao povo português – a renegociação da dívida nos seus montantes, juros, prazos e condições de pagamento rejeitando a sua parte ilegítima; a defesa e o aumento da produção nacional, a recuperação para o Estado do sector financeiro e de outras empresas e sectores estratégicos indispensáveis ao apoio à economia, o aumento do investimento público e o fomento da procura interna; a valorização efectiva dos salários e pensões e o explícito compromisso de reposição de salários, rendimentos e direitos roubados; a opção por uma política orçamental de combate ao despesismo através do aumento da tributação dos dividendos e lucros do grande capital; uma política de defesa e recuperação dos serviços públicos, em particular nas funções sociais do Estado; uma política soberana e a afirmação do primado dos interesses nacionais nas relações com a União Europeia.