Uma forte e calorosa saudação aos militantes do Partido que hoje aqui estão a participar nesta 8ª Assembleia e por vosso intermédio a toda a organização. Uma saudação ainda a todos que não sendo militantes, aceitaram o nosso convite para estarem aqui presentes.
Uma assembleia que realizamos e preparámos no ano em que comemoramos 40 anos da revolução do 25 de Abril, num quadro politico, social e económico de grande complexidade, de intensa actividade do nosso Partido e de uma expressiva e ampla luta de massas. Uma assembleia que discutirá uma resolução politica, resultante de diversos contributos e que faz uma análise da actual situação no distrito e aponta caminhos e orientações, colocando a organização do Partido e o seu reforço e a luta de massas como aspectos determinantes para a construção da politica alternativa patriótica e de esquerda que o PCP transporta e propõe.
A situação que se vive no Distrito, não está desligada da realidade nacional e resultado de 38 anos de politica de Direita do PS/PSD/CDS, e em que mais um Orçamento do Estado traduz o crescimento das desigualdades, das injustiças, do empobrecimento, da destruição do aparelho produtivo e dos serviços publicos, do aumento da exploração e ataque aos direitos dos trabalhadores.
Assistimos a um quadro de crescente desemprego, precariedade e baixos salários no Distrito. A realidade comprova esta análise. Em Agosto deste ano eram mais de 10 mil os desempregados no Distrito, mais 7000 que em igual período de 2011. Ao longo dos últimos 3 anos assistimos a um processo continuado de destruição de empresas, onde o número de insolvências e encerramentos é grande, definhando sectores como o automóvel, têxtil, pequeno comércio e construção civil.
A redução de salários, pensões e reformas, as situações de salários em atraso, não pagamento de horas extraordinárias, aumento do horário de trabalho são algumas das fórmulas de exploração que sob o aval e promoção dos protagonistas das politicas de direita se têm verificado em diversas empresas e locais de trabalho no Distrito.
A destruição do aparelho produtivo é também visível no sector agrícola e florestal onde a adopção da PAC e o incentivo ao abandono da produção contribuíram para a liquidação de centenas de explorações e à degradação da situação dos pequenos agricultores acrescendo as dificuldades para o sector associativo e cooperativo. Exemplos no Distrito são o abandono de produções de leite, vinha e olival.
Intensifica-se a linha de ataque às conquistas de Abril, por via da destruição, desvalorização, privatização e retrocesso na administração e nos serviços públicos, pondo em causa a universalidade e qualidade dos mesmos como inscrito na constituição da república. A destruição de serviços como escolas, serviços de saúde, postos de correio, finanças, tribunais, contribui para que muitas populações fiquem distantes e por vezes impossibilitadas de ter acesso aos diversos serviços públicos numa região marcada por expressivos índices de envelhecimento, baixa e deficiente resposta de transportes, difíceis acessibilidades e portajamento das scut’s que provocam sérias dificuldades promovendo ainda mais desertificação, despovoamento e o crescimento da emigração.
Camaradas e amigos, foi e continua a ser a luta o motor da transformação, da exigência pela ruptura com a política de direita. Ela é determinante para a derrota destas politicas e deste Governo e para a exigência de uma politica alternativa patriótica e de esquerda. Ao longo destes 3 anos foram muitas as acções de luta dos trabalhadores do sector publico e privado, das populações, dos agricultores, dos utentes, que no plano nacional e local, das mais fortes lutas convergentes às valorosas lutas nas empresas e locais de trabalho, nas praças e nas ruas resistiram, denunciaram e exigiram uma ruptura com estas políticas. Daqui enviamos uma forte saudação aos trabalhadores e populações, que resistem e lutam no distrito e lhes dizemos que podem contar com este Partido, com a Organização Regional do PCP e a sua Direcção, na solidariedade e empenho na luta na defesa intransigente dos seus interesses e aspirações transportando consigo um projecto que propomos ao povo e para o país que afirma uma “Democracia Avançada, os valores de Abril no futuro de Portugal”.
A afirmação do nosso projecto será tanto mais projectada junto das massas quanto mais longe e fundo chegarmos. Esta Assembleia tem um papel de grande importância para o reforço do nosso Partido no Distrito da Guarda. No decorrer dos nossos trabalhos estará a análise e a reflexão sobre a realidade sentida mas estará certamente o pulsar da vida de quem vive e trabalha nesta região, de Foz Côa, aqui a Seia, de Fornos a Pinhel com medidas e orientações de trabalho para reforçar o PCP, a nossa acção e a luta.
Um reforço que é essencial para continuar a cumprir o papel do Partido, de estar lá onde estão os problemas, indo ao encontro dos anseios e aspirações dos trabalhadores e das populações. Temos que manter e reforçar o trabalho de ligação às massas, a organização nas empresas e locais de trabalho, a informação e propaganda, a formação ideológica, o recrutamento e a integração de novos militantes como condição essencial para este reforço. Ir ao contacto com trabalhadores, jovens, homens e mulheres dizendo-lhes que tomem partido, que tomem nas suas mãos o destino das suas vidas, que adiram ao PCP.
Para esse reforço é necessário intensificar a concretização da importante tarefa que é a acção de contactos com membros do Partido e a elevação da militância, acção estruturante para o reforço do nosso Partido, da sua capacidade de direcção e intervenção. É fundamental que as diversas organizações assumam esta como tarefa prioritária no reforço do nosso Partido levando a cabo em toda a sua dimensão com resultados e efeitos muito potenciadores como a própria presença de novos militantes nesta Assembleia ou os muitos quadros que garantiram o êxito que é esta nossa Assembleia comprovam.
A vida confirma o PCP, Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, como um partido indispensável e insubstituível para a concretização de uma política alternativa patriótica e de esquerda, e de uma alternativa política ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
As orientações daqui saidas assumidas individual e colectivamente, o papel que terá a Direcção hoje eleita e os diversos organismos, transformar-se-ão em força motora da transformação necessária e possivel na construção da politica alternativa que o PCP preconiza para o desenvolvimento do Distrito.
Viva a luta dos trabalhadores e das populações
Viva a 8ª AORG
Viva a JCP
Viva o PCP