Pergunta ao Governo N.º 1231/XVI/1.ª

abate de sobreiros em Condeixa-a-Nova

Foi ainda anunciado a plantação de 7400 sobreiros em Marvão como forma de compensação. O PCP tem vindo a afirmar que necessidade de apostar nas energias renováveis não pode justificar tudo. A pressão sobre solos em áreas ambientalmente sensíveis ou até com aptidão agrícola tem aumentado muito. As simplificações processuais para projetos de energia renováveis não têm garantido a salvaguarda da capacidade de defesa de zonas ambientalmente sensíveis. Sendo que o conceito de compensação levanta um conjunto de problemas e interrogações, desde logo se se pode considerar compensação a destruição de povoamentos florestais consolidados, por novos povoamentos com árvores jovens, com taxas de sobrevivência a determinar, a centenas de quilómetros, mas também com o acompanhamento e monitorização dos compromissos que estão longe de salvaguardar ou de compensar o desequilíbrio provocado no ecossistema em Condeixa-a-Nova.

A aposta nas energias renováveis, o aumento da eficiência energética e a redução do défice energético, considera também que isso se deve fazer de forma racional, favorecendo interesses coletivos e não os interesses do negócio das energéticas.

O PCP tem denunciado a forma com que os governos têm favorecido os promotores dos projetos, seja através da promoção de leilões, atribuindo uma capacidade de ligação à rede a título perpétuo (o que é altamente lesivo dos interesses do país) colocando nas mãos de privados instrumentos que deveriam estar ao serviço do país, seja criando condições para elevadas rentabilidades e pretexto para avultados negócios.

O PCP considera que os projetos de energias renováveis:

Não devem ser dispensados de processos de avaliação de impacto ambiental ou de Estudos de Incidências Ambientais, sujeitos a discussão pública;

• devem ser impedidos em solos classificados como RAN e ou incluídos em perímetros de rega;• devem ter em conta perímetros de proteção às localidades;• em áreas REN, apesar da legislação considerar de uso compatível, deveriam ser sujeitos a um processo de incidências ambientais;

• devem salvaguardar áreas de floresta autóctone, de montado de sobro e de azinho.• Assim e ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, perguntamos ao Governo:

Quais os dados em que se basearam para o cálculo das compensações?1.

Houve algum envolvimento das populações afetadas?2.

Como se fará a monitorização do processo, que meios serão disponibilizados?3.