Camaradas:
Permitam-me que em nome da Comissão Concelhia da Amadora saúde todos os delegados e convidados ao nosso Congresso.
Nos anos cinquenta e sessenta e na procura de melhores condições de vida, vagas de operários e assalariados, fugindo do abandono e exploração das suas zonas de origem concentram-se na grande Lisboa, para colmatar as necessidades de mão de obra barata, correspondendo a um certo surto industrial e mesmo nos serviços que o regime de então pretendia desenvolver, mas sempre apoiado na repressão e na mão de obra barata.
Sem alternativas de vida, os trabalhadores viam-se forçados a encontrar soluções de habitação ao alcance do seu precário rendimento e, em muitos casos, recorrendo a autoconstrução em zonas ditas de génese ilegal, de maneira a acomodar família que se lhes juntava.
Foi neste quadro que em muitas zonas da Amadora cresceram bairros de gente trabalhadora e que muito deu ao País. Infelizmente e por responsabilidade dos sucessivos governos, quer PS quer PSD e CDS, os seus direitos de habitação foram sempre adiados. Mesmo alguns programas, como foi o PER – Programa Especial de Realojamento, ficaram muito aquém do necessário, com um modelo desajustado e muito na perspetiva do maior ónus para as Autarquias.
A realidade e dureza da vida em muitos destes Bairros com infraestruturas precárias e, em muitos casos, como é na Amadora, a Câmara liderada pelo PS não faz os investimentos que deveria, criando um sentimento de abandono, revolta e indignação nos seus habitantes.
O exemplo da Cova da Moura é uma evidência disso. Há mais de 20 anos que as ruas não são alcatroadas, a instalação de gás é impedida, a limpeza escasseia e o lixo acumula-se nas ruas. Até uma passagem aérea que dava acesso directo à estação da CP na Damaia foi encerrada e só a luta do PCP e da População levou ao início das obras. Neste Bairro, tal como o PCP sempre tem defendido, é urgente que o Governo e a Autarquia façam avançar o processo de expropriação dos terrenos e se proceda à requalificação do Bairro.
Situações semelhantes vivem as populações nos Bairros do Zambujal, Boba, Casal da Mira e Casal do Silva.
É urgente uma política que integre e respeite os direitos a uma vida condigna.
É necessário investir na recuperação e requalificação destes Bairros.
É preciso instalar nestes bairros gabinetes municipais que criem proximidade e garantam no dia a dia apoio a resolução dos problemas que existam e surjam.
A população da Amadora sabe-o, sabemo-lo todos: cá estamos, cá continuamos, podem contar sempre com o PCP.
Viva o XXII Congresso do PCP!
Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!