Intervenção de Leonor Medon, Membro da Organização Regional do Porto do PCP, XXII Congresso do PCP

O trabalho realizado na Cidade do Porto

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Camaradas,

É com entusiasmo que me dirijo hoje ao nosso grande Congresso, para partilhar o trabalho realizado pela Direcção da Cidade do Porto. Os desafios têm sido muitos, mas também os exemplos de luta e persistência mostram como o nosso Partido esteve, está e estará sempre ao lado das populações.

O Porto, camaradas, é uma cidade de contrastes. Por detrás das notícias de grandes investimentos, aumentam cada vez mais as desigualdades e as injustiças, levando a mais dificuldades para quem no Porto vive, estuda e trabalha.

Nos últimos anos, a Cidade do Porto enfrentou desafios significativos em duas áreas que impactam profundamente a vida das populações: a habitação e os transportes.

Na habitação, os números falam por si: nos últimos anos, os preços das rendas dispararam mais de 40%, enquanto os salários mal acompanharam a inflação. Em muitas zonas, o alojamento local e os hotéis substituíram as casas das famílias, e os despejos aumentaram, empurrando cada vez mais trabalhadores e estudantes para a periferia da cidade. Seja pela especulação imobiliária ou a “monocultura” do turismo são cada vez mais os que saem da cidade para cada vez mais longe, acrescentando ao início e final dos seus já longos dias de trabalho, longos movimentos pendulares.

A Organização da Cidade do Porto tem-se empenhado na defesa das populações.

Promovemos e participamos em debates, promovemos sessões de esclarecimento, várias tribunas, mobilizamos e estivemos presentes nas grandes manifestações pelo direito à habitação - expressão maior do descontentamento popular.

Estivemos nas ruas, a reivindicar mais habitação pública, melhores condições nos Bairros Municipais da cidade e contra os despejos.

Umbilicalmente ligado ao problema da habitação, na coesão territorial do nosso concelho, está o problema dos transportes.

Camaradas, a cidade do Porto necessita de uma rede integrada, articulada e coerente de Transportes, que considere as suas várias modalidades. Contudo, o que as opções políticas da Área Metropolitana do Porto e os seus autarcas do PS e as políticas municipais do Executivo de direita – IL /PSD e CDS, nos trouxeram são limitadas e insuficientes, sendo que, nalguns casos, como no chamado Metrobus, revelam o pouco debate e a falta de conhecimento das necessidades da população, para lá dos atrasos na obra e funcionamento que espelham incompetência e arrogância.

No transporte rodoviário, a STCP sofre com a opção do Governo do PS pela intermunicipalização, num serviço cada vez mais confinado à cidade, ao contrário do caminho que o PCP propõe, agudizam-se os problemas, atrasos e dificuldades que temos denunciado, sem esquecer os direitos dos seus trabalhadores e a qualidade do serviço prestado aos utentes.

O metro do Porto, apesar da sua recente expansão em Vila Nova de Gaia, apresentou quatro novas linhas, mas perspectiva-se que duas só fiquem prontas no final da década e as outras não têm data prevista de entrada em funcionamento. Além disso, as obras actuais da linha Rosa têm afectado muito a circulação na cidade do Porto, além de se manter o problema de falta de frequência em horas de ponta.

O que a região precisa é do desenvolvimento do projecto do Metro do Porto e da densificação da rede.

Desde o último Congresso, temos trabalhado intensamente e procurado tomar a iniciativa na intervenção e no reforço do Partido, tendo realizado duas assembleias da Organização. A última - a 13ª - realizou-se no passado mês de Outubro, com o lema “Tomar a Iniciativa com os trabalhadores e o povo da cidade do Porto”, procurando levar mais longe as orientações da Conferência Nacional, designadamente o objectivo estabelecido de reforço das estruturas de direcção nomeadamente com a inclusão de mais trabalhadores, mulheres e jovens nos organismos de direcção e na sua responsabilização no plano executivo.

Tomamos ainda a iniciativa para alargar a difusão da imprensa do Partido. Assim, há mais de um ano a organização realiza uma banca semanal do Avante! que acontece faça chuva, faça sol, no coração da Cidade garantindo assim uma mais ampla e diversificada difusão do nosso jornal, instrumento indispensável de combate à desinformação e de reforço da consciência. Tarefa que tem possibilitado o envolvimento de inúmeros camaradas das organizações de base, potenciando a afirmação do Partido na cidade, a recolha de assinaturas e o contacto directo.

Este contacto olhos nos olhos terá que ser mantido e intensificado no ano que se avizinha. Ano que encaramos com optimismo e entusiasmo porque sabemos que estamos, estivemos e estaremos do lado da população e dos trabalhadores da Cidade do Porto.

Viva o XXII Congresso do PCP!
Viva o Partido Comunista Português!

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