Camaradas,
Serve esta breve intervenção para dar nota do recente trabalho em unidade em Aveiro.
Dúvidas não existem – e as nossas teses assim o reflectem – sobre a importância do trabalho em unidade na luta das mais amplas camadas sociais pelos seus direitos: resistir e avançar ao lado das populações e dos trabalhadores é o mais elementar papel que nós, comunistas, assumimos com toda a solidariedade e empenho, afirmando assim, as nossas propostas, o nosso projecto, o nosso ideal.
Aveiro tem sido palco de várias lutas, com maior ou menor expressão – mas todas elas significativas – e em diversas frentes nestes últimos quatro anos.
Com o Movimento de Utentes, as inúmeras mobilizações e concentrações às portas dos hospitais de Aveiro, Águeda, Santa Maria da Feira e Ovar, contando igualmente com réplicas nos Centros e extensões de saúde um pouco por todo o distrito.
E também a partir da mesma estructura unitária, as incansáveis lutas pela requalificação e modernização da linha do Vouga em toda a sua extensão.
Com a organização de moradores do Bairro do Griné, às portas da cidade de Aveiro, contra os despejos sem alternativa de 14 famílias, onde se incluíam crianças e mulheres grávidas, que assim lhes viram ser negado o direito à habitação. A partir do bairro até à Assembleia Municipal, até ao Parlamento, passando pelas manifestações do 25 de Abril e do 1º de Maio, com o Partido, estas famílias fizeram-se ouvir e exigiram uma casa digna.
Com a organização dos artistas e músicos de Aveiro sob o mote “A rua também é palco”, para fazer de Aveiro uma real capital da cultura, na inteira acepção do termo e à sombra dos escritos de Bento de Jesus Caraça, ao invés de uma capital de eventos estéreis, efémeros e megalómanos.
Muito espectáculo, pouca cultura. Aliás, um executivo do PSD-CDS que proíbe os seus próprios artistas de se expressarem e de exibirem o fruto do seu trabalho livremente nas ruas e espaços da cidade, que não oferece qualquer estructrura e apoio a quem vive da cultura, não pode ser, de maneira alguma,
considerada capital da cultura. Esta foi mesmo a razão nuclear para a criação deste movimento unitário, valorizando para além destas acções de luta desenvolvidas, a sua participação nas comemorações populares do 25 de Abril.
Finalmente, na academia, com a fundação do Clube Marxista na Universidade de Aveiro que conta já com dois anos de várias iniciativas e debates, tendo sido o último há duas semanas e a propósito da luta do povo palestino pela sua libertação. Denunciando assim, numa universidade cheia de vivências, os crimes perpetrados pelo regime sionista israelita. O Clube Marxista aparece, não só com o intuito de contrariar o pensamento dominante que satura esta instituição, mas também para levar esta maneira de pensar, o marxismo-leninismo, a um público mais vasto, afectos ou não à universidade.
Fazemos assim, camaradas, o nosso caminho, a nossa luta, na unidade. Das populações mais remotas aos centros urbanos, dos artistas À academia. O Partido enraíza-se e afirma-se todos os dias e em qualquer circunstância.
E daqui, camaradas, só vamos saber continuar em frente.
Viva o XXII Congresso!
Viva o PCP!