Camaradas,
No ano em que comemoramos os 50 anos da Revolução de Abril, celebramos também os 50 anos da criação do salário mínimo nacional.
Essa histórica decisão, que permitiu a milhões de portugueses um salto nas suas vidas, incluindo a possibilidade de comprar um frigorífico ou um sofá ou até um bife, correspondeu também à necessidade de impulsionar a economia, mas particularmente à opção do poder por quem trabalha, no combate de classe que opõe patrões e trabalhadores.
O salário é a remuneração que os trabalhadores recebem pela mercadoria que vendem aos patrões, a sua força de trabalho, que põem à disposição para produzirem a riqueza do País. Riqueza criada por muitos que é apropriada por uns poucos. Muito poucos.
As operárias do vestuário que entram às 8h e largam às 17h00, quando saem não costuram só baínhas e cueiros. Elas costuram a riqueza com que o patrão há-de acumular lucros e mais lucros.
Porque no PCP e no Movimento Sindical Unitário nunca desistimos dela, hoje já não há quem defenda o modelo de baixos salários. Mas há quem o pratique e o promova.
Mas o aumento dos salários, de todos os salários, é mesmo uma emergência nacional.
Alguns dizem que o País não aguenta. Nós dizemos que o que o País não aguenta é ver os seus filhos saírem aos milhares à procura de vida melhor.
O que o País não aguenta é termos trabalhadores que trabalham todo o dia com ritmos de trabalho cada vez mais intensos, fruto da inovação da ciência e da técnica, de máquinas que produzem cada vez mais, e não saiam do limiar da pobreza.
O País não aguenta é uma esmola de 50€ no SMN, que não repõe o poder de compra perdido ao longo de anos.
O País não aguenta é ver que milhares de trabalhadores continue privados de direitos e aumento de salário, fruto da caducidade da contratação colectiva, que o patronato utiliza como travão à valorização de carreiras e profissões e rendimentos.
O país não aguenta é milhares de reformados e pensionistas que não vivem dignamente depois de uma vida de trabalho.
É preciso o aumento geral dos salários porque os trabalhadores e povo foram atingidos por um brutal aumento do custo de vida, nos bens de primeira necessidade e nos custos com a habitação, e pela degradação dos serviços públicos e essa é uma prioridade do PCP.
O Governo PSD/CDS fala em atingir o SMN de 1020 euros em 2028 e o salário médio de 1750 euros em 2030. Como o PS, empurram para o final da década, valores que são abaixo dos que tem já hoje a vizinha Espanha.
Quem ganha com este adiar do aumento vigoroso dos Salários? Não são os trabalhadores. Mas também não é a economia nacional!
Quem ganha são os grandes grupos económicos que continuarão a encher os bolsos com milhões e milhões de lucros! Isto não é obra do acaso. É a opção política de submissão às orientações da UE de que o PS, a AD, o Chega e a Iniciativa Liberal são os exímios representantes.
O aumento do salário é justo, é necessário e é possível.
Camaradas,
Temos desafios grandes, é verdade. Mas estamos cá para os enfrentar e derrubar.
A intervenção e a luta é o caminho, porque todas as conquistas foram alcançadas a pulso, com a unidade e com a certeza que organizados somos mais fortes.
Exemplo dessa dinâmica é o êxito da campanha nacional do Partido “Aumentar Salários e Pensões, Por uma vida melhor”. Quando o tema é o aumento dos salários a urgência é nacional!
Melhores salários, melhores pensões, resultam em justa distribuição da riqueza criada e justiça social.
É urgente e necessário, para uma vida melhor, o aumento dos salários e pensões.
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva a CGTP-IN!
Viva o PCP!