Intervenção de Cristiano Castro, Membro do Executivo e do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Porto do PCP, XXII Congresso do PCP

A Organização Regional de Porto

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Camaradas,
Em nome da Direção da Organização Regional do Porto (ORP), saúdo o XXII Congresso do Partido Comunista Português e, através deste, todo o coletivo partidário.

Nos últimos quatro anos, os problemas enfrentados pelos trabalhadores e pela população do distrito do Porto agravaram-se de forma significativa. Este é um distrito estrangulado pela destruição do seu aparelho produtivo e pela ausência de investimentos públicos essenciais em infraestruturas, equipamentos e serviços. Paralelamente, a descentralização de encargos para os municípios acentuou desigualdades sociais, laborais e regionais, num território já marcado por uma grande diversidade.

Neste período destacam-se dois eventos, que marcam a realidade da região: o encerramento da Refinaria de Matosinhos, privando o distrito de um activo estratégico, e a operação do governo PS na EFACEC, conduzida para salvar os interesses da banca e de accionistas privados, culminando na entrega de uma empresa fundamental a interesses privados.

Dois eventos que expõem as contradições existentes entre as potencialidades e as necessidade do distrito e as políticas desenvolvidas pelos governos do PS e actualmente PSD/CDS e que expressam a degradação da realidade local.

Desde o XXI Congresso, os comunistas da ORP empenharam-se no esclarecimento, unidade e mobilização dos trabalhadores e das populações para a luta, com base em dois eixos centrais: a dinamização da luta de massas e o reforço do Partido. Entre as ações realizadas, destacamos lutas de setores e empresas como:

  • Os trabalhadores da Refinaria de Matosinhos e da EFACEC, em defesa dos postos de trabalho e contra os desmandos dos interesses privados;

  • Lutas de trabalhadores da EasyJet, Groundforce e STCP no sector aeroportuário e de transportes;

  • A mobilização de trabalhadores de empresas como Makro, Superbock, Cerealis, das Conserveiras de Matosinhos ou da APICO, PEMEL e da SUCH;

  • Acções de músicos e produtores do Centro Comercial STOP e os trabalhadores do TNSJ pela preservação de espaços de trabalho e direitos culturais;

  • A luta dos trabalhadores do Casino da Póvoa e do Bingo da Boavista;

  • Luta dos Trabalhadores das plataformas de digitais e dos Jornalistas do JN;

  • Ou ainda a luta dos trabalhadores das cantinas escolares.

Os comunistas também dinamizaram a luta das populações por serviços públicos de qualidade, contra o encerramento de estações dos CTT e balcões da CGD, pela expansão do Metro e pela conversão dos STCP em operador interno da Área Metropolitana do Porto. Empenhando-se na defesa do direito à habitação, na exigência da eliminação das portagens nas ex- SCUTS e na defesa da água pública e dos nossos rios.

Um marco da nossa acção e da luta das populações foi a remoção dos resíduos perigosos em São Pedro da Cova, resultado de mais de duas décadas de luta. Luta da qual os comunistas nunca desistiram.

No âmbito do Partido, a ORP teve uma intensa actividade partidária, assumindo um papel activo mesmo em contextos adversos, como a pandemia. O reforço da organização incluiu as três batalhas eleitorais, e a realização da Conferência Nacional e o empenho na concretização das suas medidas no distrito:

  • Tomando a iniciativa na denúncia dos problemas de mobilidade - do Metro, da Unir, das portagens; Ou o abaixo-assinado para a gratuitidade do acesso a Serralves ao domingo;

  • Tomando a iniciativa de recrutar mais de 380 camaradas, que temos integrado e procurado responsabilizar;

  • Realizando 8 acções de formação, debates e cursos de formação política e ideológica para cerca de 200 novos camaradas e camaradas responsabilizados;

  • Tomando medidas para a afirmação da imprensa partidária, com a realização de bancas de venda e difusão regular no distrito e avançando no reforço dos meios de propaganda, físicos e digitais, visuais e áudio, e na manutenção do equilíbrio financeiro da Organização;

  • Nestes 3 meses de realização da Acção Nacional pelo Aumento dos salários recolhemos 10647 assinaturas, com a realização de bancas semanais em diversos locais que tem demonstrado resultados empolgantes no contacto com trabalhadores.

Neste esforço de promoção de uma organização activa, coesa e consciente, reunimos um total de mais de 100 reuniões, plenários e debates regionais, envolvendo na sua preparação mais de 1500 camaradas, num esforço para efectivar a mais ampla discussão possível das Teses do Congresso.

Um discussão diversificada e rica, de que resultam dezenas de proposta de alteração individuais, mas que assume um acordo generalizado com as Teses, valorizando o seu contributo para a análise do contexto que vivemos e das necessidades que se impõe, mas também para as linhas de linhas de trabalho que apontam com vista à superação deste momento histórico, ao desenvolvimento da luta e ao reforço do PCP.

Os trabalhadores e o povo do distrito do Porto sabem que podem contar com o PCP como a força que defende os seus direitos e o futuro de uma sociedade mais justa

Reafirmamos nosso compromisso de mobilizar, organizar e lutar para resistir e avançar.

Viva a luta dos trabalhadores!
Viva o XXII Congresso!
Viva o PCP!

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