O distrito de Lisboa é casa para mais de 2M de pessoas e local de trabalho para mais de 1M. Grande parte destes trabalhadores, deste povo, luta por melhores condições de vida, salários e pensões, contra a pobreza e a exclusão social, por uma vida digna.
Trabalhadores que continuam a viver cada vez mais longe do seu local de trabalho, perdendo horas da sua vida nos transportes. Famílias que vivem em crescentes dificuldades para pagar os empréstimos e rendas das sua casa ou a viver em habitações comuns, sobrelotadas, pagas às centenas de euros por quarto ou até por cama.
No distrito de Lisboa 7 em cada 10 jovens trabalhadores têm vínculos precários; milhares de imigrantes trabalham sem quaisquer direitos; aumenta o número de trabalhadores a recibos verdes, em plataformas digitais, os que trabalham a partir de casa .
Aumentam os níveis de exploração enquanto o capital aumenta, de forma escandalosa, os seus lucros.
As consequências e a avaliação que fazemos da situação no distrito têm um profundo impacto na forma como nos organizamos e como intervimos e aos comunistas impoe-se olhar para a realidade e encontrar caminhos e soluções.
Os últimos 4 anos foram extremamente exigentes para todo o Partido. Só com uma enorme capacidade de análise, de organização, com grande espirito de militância, de resistência e coragem, foi possível dar resposta à ofensiva e avançar no trabalho de reforço do partido e da sua intervenção política, de organização e desenvolvimento da luta.
A ORL assumiu as suas responsabilidades e cumpriu com as tarefas que se colocaram ao Partido. Destacamos as batalhas eleitorais, as comemorações do Centenário do Partido, os 50 anos do 25 de Abril, o envolvimento na construção da Festa do Avante!, o reforço do Partido.
Realizámos em 2023 a IX AORL onde discutimos e aprovámos as linhas de acção e as orientações para a nossa intervenção.
Nos últimos 4 anos recrutámos 902 militantes e, no âmbito da campanha de responsabilização de quadros, 252 camaradas assumiram tarefas pela primeira vez.
Reforçámos a ligação e acção junto dos trabalhadores e locais de trabalho. Criámos 22 novas células e responsabilizámos 36 novos camaradas por células de empresa. Precisamos ainda de ir muito mais longe, fazer da discussão dos problemas dos trabalhadores, da dinamização da sua luta e reforço da actividade sindical, o conteúdo essencial da vida das células, em articulação com o reforço orgânico do Partido.
Na preparação do XXII Congresso registámos um vivo e intenso debate. A discussão das teses em 266 reuniões, com a participação de 2841 camaradas é um exemplo ímpar do funcionamento do partido, de militância e sentido crítico, de contribuição individual e colectiva.
Procurámos ligar a preparação do Congresso à vida e acção diária do partido, procurando aprofundar a discussão não apenas em relação ao reforço orgânico, mas também sobre a ligação às massas e os estilos de trabalho. Para isso, muito tem contribuído a campanha “Aumentar salários e pensões para uma vida melhor”, que prova na prática que quando partimos para a conversa, para a discussão, com base em propostas concretas, é possível ultrapassar preconceitos, chegar a mais gente e afirmar o Partido. No distrito de Lisboa são já 15953 assinaturas recolhidas, milhares de contactos em mais 250 acções de rua.
Camaradas,
Vivemos tempos de resistência. E se é certo que existem insuficiências no nosso trabalho e acção, não podemos desvalorizar o papel que têm diariamente milhares de comunistas na dinamização da acção reivindicativa nas empresas, no desenvolvimento de lutas sectoriais e gerais, na resistência e na melhoria das condições dos trabalhadores e das populações.
Seria impossível enumerar todas as lutas que travámos nos últimos 4 anos. São milhares de trabalhadores dos mais diversos sectores que têm estado em luta no distrito de Lisboa, são muitas as vitórias que têm conquistado.
À luta dos trabalhadores, juntaram-se muitas outras – pela cultura, habitação, educação, da juventude, dos imigrantes –, mas gostávamos de realçar a experiência de luta, a partir da constituição e acção de comissões de utentes da saúde, com um forte envolvimento das populações dinamizaram dezenas de acções: pela construção do Hospital de Sintra, do novo Hospital do Oeste, contra o encerramento dos hospitais do CHLC e pelo fim das PPP nos hospitais de Cascais, Vila Franca de Xira e Loures, as lutas pela construção de novos centros de saúde e por mais médicos de família.
Foram, ainda, muitas as iniciativas e grandes manifestações onde afirmámos a solidariedade com a Palestina e os povos do médio oriente, em que reafirmámos o compromisso dos comunistas contra a guerra, pela paz.
Camaradas,
Por fim, não poderíamos deixar de evocar a manifestação dos 50 anos do 25 de Abril e a maré de gente que encheu a Av. da Liberdade para comemorar e afirmar um dos períodos mais importantes e transformadores da nossa História, numa expressiva demonstração do reconhecimento da importância das conquistas de Abril e do papel fundamental que representam no futuro de um país mais justo e desenvolvido.
Para defender esses valores e esse futuro e continuar lado a lado com as populações, os trabalhadores e o pvo nas suas batalhas e na luta por uma vida melhor, podem contar com o Partido Comunista Português – contem – com os comunistas do distrito de Lisboa.
Viva o XXII Congresso!
Viva a JCP!
Viva o PCP!