Camaradas,
Do alto da Serra da Freita ao verde dos campos do Baixo Vouga; do branco do sal da Ria ao azul do mar; passando pelas fábricas do calçado ao têxtil; da cortiça à cerâmica e à metalúrgica – esta é Aveiro, uma região com imensas potencialidades. Mas, fruto da integração capitalista na União Europeia – e as consequências da divisão internacional do trabalho – o seu tecido sócio-económico tem passado por sucessivas alterações, levando à uma predominância cada vez maior do sector do turismo e dos serviços.
É neste contexto que intervimos. E, camaradas, desde o nosso último Congresso, fomos chamados a dar resposta a muitas e exigentes tarefas e estivemos à altura. Foram muitas as sessões públicas realizadas pelo distrito, os documentos sobre problemas concretos, as acções de contacto.
Em Aveiro tomámos a iniciativa:
Pelo direito à saúde – contra a integração do Hospital de Ovar e dos seus Centros de Saúde em ULS; pela valorização do Hospital de Águeda e em defesa do seu Serviço de Urgência – com várias acções de denúncia que construíram uma grande concentração com a participação de largas dezenas de utentes e profissionais de saúde.
Pelo direito à mobilidade - em defesa dos transportes públicos nos concelhos de Oliveira de Azeméis e Estarreja e no concelho de Aveiro, nomeadamente contra a supressão da ligação que servia directamente os utentes da freguesia de São Jacinto e em defesa do reforço da sua ligação fluvial; em Ovar com a realização de uma marcha lenta em defesa das tão necessárias obras de reabilitação da EN 109 e pelo fim das portagens na ex-scut A29; e denunciando ainda o estado lastimável da N230-2 em Albergaria-a-Velha.
Pelo direito à habitação – contra os despejos, ao lado da luta dos moradores do Bairro do Griné. Onde famílias inteiras, com crianças, mulheres grávidas, foram despejados sem soluções alternativas. Num concelho em que tendas são casa e num bairro onde tijolos são porta e janela, garantindo que ali se esbarra a aspiração da concretização deste direito, que vem de Abril, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto.
Pelo direito à cultura - junto dos artistas de rua do concelho Capital Portuguesa da Cultura. Leia-se antes da cultura do capital, aquela que não quer ser nem emancipadora nem democrática. Muito pelo contrário. Onde a realidade concreta é de imposição de regras kafkianas, pelo executivo municipal PSD/CDS, que visam na prática impedir que nas ruas se viva a cultura.
Contra o encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos nomeadamente nas freguesias de Lobão e da Gafanha da Nazaré, em Santa Maria da Feira e Ílhavo respectivamente.
Tomámos a iniciativa
Em defesa da pequena agricultura, nomeadamente no lugar da Marinha, em Ovar, onde ano após ano os agricultores vêem os seus terrenos alagados e salinizados destruindo as suas produções; e na freguesia de Couto Esteves, em Sever do Vouga, em solidariedade com os agricultores que viram as suas culturas destruídas pelo javali.
Em defesa dos pescadores da majoeira, contra o aumento do montante das suas licenças.
Estivemos com as populações afectadas pelos graves incêndios do passado mês de Setembro que assolaram o nosso distrito e reunimos com diversas corporações de Bombeiros reconhecendo e valorizando o seu papel.
Pintámos as ruas de futuro numa grandiosa manifestação do 25 de Abril. E àqueles que nos queriam bem comportados, calados em desfile, respondemos com liberdade e luta num uníssono de palavras de ordem.
Camaradas,
Em Aveiro, demos importantes passos na integração dos novos militantes, nomeadamente no concelho de Aveiro onde olhando para as características individuais de cada camarada se encontraram formas criativas de os organizar. O que possibilitou a organização de um grande concerto de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril que encheu a sala do Conservatório de Música de Aveiro.
Cá estamos, cientes das nossas dificuldades mas com uma vontade revolucionária de as superar, com uma vontade e determinação em recrutar mais, enquadrar mais, responsabilizar mais, lutar, intervir e mobilizar mais. Há sempre alguém com quem ainda não falámos.
É preciso olhar para a organização como o elemento cheio de vida que é, de onde nos vem esta força sem paralelo, que está em constante mudança e que, por isso mesmo, exige de nós um cuidado permanente.
Conhecer o que cada um pode dar, sabendo que a militância de cada um não são sempre avenidas sem curvas, que a realidade de cada um pode neste ou naquele momento mudar e exigir que se revejam as tarefas. Mas esta alegria de entrega ao Partido que é a militância não se altera – que estar organizado, ter uma tarefa, mais complexa ou mais simples, é uma felicidade.
Ombro com ombro, empurrando resistências com audácia e criatividade, sem cair em esquematismos, é possível ultrapassar insuficiências e obstáculos. E sempre, sempre com alegria.
E seguimos em frente, esta força que é de Abril, com a confiança inabalável, continuaremos a tomar a iniciativa sempre com os trabalhadores e o povo, pela construção revolucionária daquele mundo novo – o socialismo e o comunismo!
Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!